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Chefe da ONU diz que retrocessos na verificação de informações abrem a porta para mais ódio

Em janeiro, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou o encerramento do programa de verificação de fatos da empresa nos Estados Unidos

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Agência de notícias

Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 10h29.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2025 às 10h33.

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Os retrocessos na verificação de fatos e moderação de conteúdo nas redes sociais abre o caminho para mais ódio, alertou o chefe da ONU, António Guterres, nesta segunda-feira, 24.

O secretário-geral da ONU disse que, nesse contexto, as pessoas estão cada vez mais com medo de participar nas redes sociais, o que, por sua vez, leva a uma redução da liberdade de expressão.

"À medida que as novas tecnologias permeiam todos os aspectos das nossas vidas, me preocupa profundamente que os direitos humanos estejam sendo prejudicados", disse ele ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

Guterres afirmou que, na melhor das hipóteses, as redes sociais são um lugar para as pessoas trocarem ideias em um ambiente respeitoso, mas, na pior das hipóteses, podem ser um local de discussões e "ignorância flagrante".

"Um lugar onde os venenos da desinformação, do racismo, da misoginia e do discurso de ódio não são apenas tolerados, mas muitas vezes incentivados", destacou.

"Os recentes retrocessos na verificação de informações e na moderação de conteúdos nas redes sociais estão reabrindo a porta para mais ódio, mais ameaças e mais violência", disse ele.

"Não nos enganemos. Essas reversões levarão a menos liberdade de expressão, não a mais, à medida que as pessoas ficam cada vez mais com medo de participar nessas plataformas", acrescentou.
No mês passado, o fundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou o encerramento do programa de verificação de fatos da empresa nos Estados Unidos, cujo objetivo era combater a desinformação em suas plataformas.

Com o novo sistema, os usuários poderão adicionar notas contextuais às postagens, semelhante ao que acontece na rede social X, onde os próprios usuários são chamados para desmascarar mentiras, em vez de jornalistas especializados em checagem de fatos.

A Meta também reduziu suas iniciativas de diversidade e flexibilizou as regras de moderação de conteúdo no Facebook e no Instagram, principalmente em relação a certas formas de discurso hostil.

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