Agência de Notícias
Publicado em 12 de outubro de 2025 às 17h14.
O chefe do Estado-Maior de Israel, Eyal Zamir, reconheceu neste domingo como um "fracasso devastador" o ataque de 7 de outubro de 2023, no qual grupos armados da Faixa de Gaza mataram cerca de 1.200 pessoas em solo israelense e sequestraram 251 outras, o que desencadeou uma brutal ofensiva de retaliação de dois anos no enclave.
"Saímos para defender (o país) em 7 de outubro, após um fracasso devastador que permanecerá gravado na memória de todos os soldados e comandantes israelenses", disse Zamir, de acordo com um comunicado divulgado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).
As observações de Zamir ocorrem na véspera da libertação dos reféns restantes na Faixa de Gaza (48 no total, pelo menos 28 deles mortos), que as autoridades israelenses estimam que ocorrerá no início da manhã.
Na declaração, o chefe militar avisa que as tropas concluíram sua redistribuição em Gaza até a "linha amarela" definida pela Casa Branca para a primeira fase de sua retirada (e que deixa mais da metade do enclave ainda sob controle militar israelense).
"Na Faixa de Gaza, as IDF concluíram sua redistribuição e estão em prontidão total; estamos prontos para atacar qualquer inimigo que se atreva a levantar a cabeça. Continuaremos a agir para forjar uma realidade de segurança que garanta que a Faixa de Gaza não represente mais uma ameaça para o Estado de Israel e seus civis", disse o tenente-general neste domingo.
Além disso, Zamir disse que já lançou a operação "Retorno para Casa" para receber os reféns que serão libertados pelo Hamas na segunda-feira.
"Em poucas horas, todos nós estaremos reunidos: um só povo, abraçado e unido. Vamos nos alegrar ao ver nossos reféns vivos retornarem para suas famílias e lamentar o retorno daqueles que foram mortos, entre eles nossos heróicos soldados caídos em combate", acrescentou, lembrando os 915 militares mortos nas operações após 7 de outubro de 2023.
O cessar-fogo, que marca o início da primeira fase do plano do presidente dos EUA, Donald Trump, para a Faixa de Gaza, entrou em vigor ao meio-dia (horário local) de sexta-feira, depois que as forças israelenses se retiraram de várias cidades do enclave.
O governo israelense confirmou neste domingo que os 20 prisioneiros vivos serão libertados "no início da segunda-feira" e ainda não se sabe se a entrega dos 28 reféns mortos será simultânea ou logo após o retorno dos vivos.
De acordo com a porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense, Shosh Bedrosian, cerca de 2.000 prisioneiros palestinos serão libertados assim que confirmar que os reféns estão todos em território israelense.