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China ameaça retaliar se acordo de EUA e Vietnã afetar seus interesses

Declaração é um sinal de que as tensões entre Pequim e Washington correm o risco de se agravar à medida que mais desses pactos forem finalizados

China e EUA: tensões comerciais aumentam com novos acordos, incluindo o pacto entre EUA e Vietnã (NHAC NGUYEN / POOL / AFP/AFP)

China e EUA: tensões comerciais aumentam com novos acordos, incluindo o pacto entre EUA e Vietnã (NHAC NGUYEN / POOL / AFP/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 3 de julho de 2025 às 14h52.

Última atualização em 3 de julho de 2025 às 15h06.

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A China disse que está examinando um acordo comercial fechado entre os Estados Unidos e o Vietnã e que retaliará caso seus interesses sejam prejudicados — um sinal de que as tensões entre Pequim e Washington correm o risco de se agravar à medida que mais desses pactos forem finalizados.

— Ficamos satisfeitos em ver todas as partes resolvendo conflitos comerciais com os EUA por meio de negociações em pé de igualdade, mas nos opomos firmemente a qualquer acordo firmado às custas dos interesses da China — disse He Yongqian, porta-voz do Ministério do Comércio, em entrevista coletiva concedida em Pequim nesta quinta-feira.

— Se tal situação ocorrer, a China responderá com firmeza para proteger seus direitos e interesses legítimos — acrescentou a porta-voz, sem detalhar quais medidas seriam adotadas.

Tensões aumentam com acordo entre EUA e Vietnã

As declarações reiteram a posição da China desde que os EUA começaram a negociar uma série de acordos com parceiros comerciais ao redor do mundo com o objetivo de reduzir o déficit comercial americano. Elas foram feitas após o presidente Donald Trump afirmar que chegou a um acordo com o Vietnã que impõe uma tarifa de 40% sobre quaisquer produtos considerados como reexportados por meio do país.

Na quarta-feira, Trump anunciou que fechou um acordo comercial com o Vietnã que estabelece uma tarifa de pelo menos 20% sobre as exportações vietnamitas para os Estados Unidos. O acordo aumentará consideravelmente o preço dos calçados e roupas que o país do sudeste asiático exporta maciçamente para os Estados Unidos. Mas esse foi o preço que Hanói teve de pagar para evitar a ameaça de uma tarifa ainda maior, de 46%. O país abriga fábricas de tênis de grandes marcas globais.

Algumas empresas têm redirecionado produtos fabricados na China por meio do Vietnã para evitar tarifas dos EUA — uma prática que o governo Trump quer coibir.

Questionada sobre o andamento de uma investigação sobre o conhaque da União Europeia vendido na China, He afirmou que o ministério tomará uma decisão final nos próximos dias.

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