China: país afirma que tem margem para reduzir os custos de empréstimos e as exigências de reservas para os bancos, caso necessário, para proteger sua economia contra as novas tarifas de Donald Trump (Mateus Bonomi/Anadolu/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 6 de abril de 2025 às 21h02.
A China afirmou que tem margem para reduzir os custos de empréstimos e as exigências de reservas para os bancos, caso necessário, para proteger sua economia contra as novas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.
"O índice de exigência de reservas para instituições financeiras e as taxas de política monetária do banco central podem ser reduzidos a qualquer momento daqui para frente", informou neste domingo o People’s Daily (Diário do Povo), jornal do Partido Comunista Chinês. “Ainda há espaço para uma expansão adicional do déficit fiscal, dos títulos especiais do Tesouro e das dívidas especiais.”
Na sexta-feira, 4, o governo do presidente Xi Jinping anunciou que vai impor uma tarifa de 34% sobre todas as importações dos EUA a partir de 10 de abril, igualando o nível das chamadas tarifas recíprocas de Trump sobre produtos chineses. As autoridades em Pequim anunciaram várias contramedidas, incluindo a restrição imediata à exportação de sete tipos de terras raras.
No sábado, a agência oficial de notícias Xinhua afirmou que Pequim continuará a tomar “medidas resolutas” para salvaguardar sua soberania, segurança e outros interesses.
As tarifas dos EUA anunciadas na semana passada elevarão as taxas sobre quase todos os produtos chineses para pelo menos 54%, o que pode prejudicar severamente as exportações para os EUA justamente quando a economia chinesa começa a se estabilizar no início de 2025.
O artigo do People’s Daily, jornal do Comitê Central do Partido Comunista, sugeriu uma série de possíveis medidas.
“Esforços extraordinários serão feitos para impulsionar o consumo interno, medidas políticas concretas e eficazes serão tomadas para estabilizar firmemente o mercado de capitais e restaurar a confiança do mercado, com ações de contingência relevantes a serem implementadas em sequência”, afirmou.
Além disso, os governos em todos os níveis fornecerão assistência moderada às indústrias e empresas mais afetadas, segundo o artigo.
As autoridades apoiarão as empresas na adaptação de suas estratégias de negócios e as orientarão a expandir para mercados domésticos e não-americanos, enquanto buscam manter o comércio com os EUA o máximo possível.
O comentário reconheceu o impacto das tarifas, afirmando que a nova tarifa de 34%, juntamente com as tarifas americanas já impostas, “suprimirá significativamente o comércio bilateral.” As exportações chinesas deverão sofrer repercussões no curto prazo, criando mais pressão negativa sobre a economia, disse o texto.