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China critica tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros

Em meio à crescente tensão, a China reitera a não interferência nas questões internas e o Brasil prepara resposta às tarifas impostas por Donald Trump

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 11 de julho de 2025 às 07h53.

Última atualização em 11 de julho de 2025 às 08h00.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, condenou a decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil, a ser efetivada a partir de 1º de agosto. Mao afirmou em coletiva de imprensa em Pequim que "tarifas não devem se tornar ferramentas de coerção, intimidação ou interferência nos assuntos internos de outros países", sublinhando que a não interferência é um princípio básico da Carta das Nações Unidas e das normas internacionais.

A crítica da China ocorreu em resposta às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que justificou as novas tarifas alegando que o Brasil estava tratando mal o ex-presidente Jair Bolsonaro e impondo censura a plataformas de mídia americanas. A medida tem gerado repercussões no Brasil, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o país criará um comitê com empresários para revisar a política comercial com os Estados Unidos.

Como o Brasil pode responder?

Lula também deixou claro que o Brasil responderá com tarifas de 50% sobre os produtos americanos, caso não haja um acordo até o prazo estipulado por Trump. O presidente brasileiro também mencionou que recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a interferência do governo americano nas questões internas do Brasil.

Em uma entrevista ao Jornal Nacional, Lula afirmou que uma eventual retaliação só acontecerá após 1º de agosto, quando as tarifas impostas pelos EUA entrarão em vigor. Ele negou que suas críticas aos Estados Unidos na cúpula dos Brics tenham sido o gatilho para a crise diplomática, e reforçou que o Brasil "continuará a defender sua soberania e a independência de suas instituições".

Lula também destacou a independência do Supremo Tribunal Federal (STF), refutando a acusação de Trump de que a corte estaria perseguindo o aliado político Jair Bolsonaro. O presidente brasileiro observou que, se a invasão ao Capitólio nos Estados Unidos tivesse ocorrido no Brasil, Trump enfrentaria consequências semelhantes na justiça.

Por outro lado, o ex-presidente Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, têm se manifestado em apoio às medidas adotadas pelos Estados Unidos. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro defendeu as tarifas, enquanto seu pai, Bolsonaro, criticou a postura do governo brasileiro e alertou para o isolamento internacional do país.

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