Mundo

China diz que mais sanções à Rússia só trarão mais problemas

Ministério chinês disse que o importante "é pressionar todas as partes para que atuem de forma restritiva e não levem a cabo ações que possam escalar tensões"


	Pró-Russia: dentro do bloco europeu há "dissensão e preocupação quanto às sanções", diz ministro chinês
 (Vasily Fedosenko/Reuters)

Pró-Russia: dentro do bloco europeu há "dissensão e preocupação quanto às sanções", diz ministro chinês (Vasily Fedosenko/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 08h46.

Pequim - O governo da China afirmou nesta segunda-feira que impor mais sanções à Rússia pelo conflito com a Ucrânia "não só não resolverá a crise, mas pode ocasionar novos e complexos problemas", e defendeu a busca de uma "resolução política".

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Qin Gang, disse que "o que agora é urgente é pressionar todas as partes para que atuem de forma restritiva e não levem a cabo ações que possam escalar as tensões".

As declarações do porta-voz chinês surgem depois de no sábado o presidente francês, François Hollande, afirmar que "sem dúvida" o Conselho Europeu de Bruxelas decidirá aumentar as sanções à Rússia diante da situação da Ucrânia, sem especificar quais seriam.

A respeito, Qin ressaltou que "nem todos os membros da União Europeia pensam igual; há diferentes vozes", e destacou que dentro do bloco europeu há "dissensão e preocupação quanto às sanções", apesar de não ter dado mais detalhes.

O porta-voz insistiu que o governo chinês espera que "os esforços de todos os atores envolvidos no conflito aumentem", e que "sejam tomadas ações imediatas para construir uma base de confiança mútua que acabe com as tensões e sirva para conseguir a paz e a estabilidade regional".

Desde que começou o conflito, a China faz malabarismos políticos para não se opor as ações da Rússia, a quem considera um grande aliado, sem respaldar plenamente sua atuação no leste da Ucrânia, já que iria contra o princípio de não ingerência que é o cerne da política externa do país asiático.

Em plena crise, além disso, os países assinaram em maio um acordo que garante o fornecimento da Rússia à China de 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente a partir de 2018 e nos próximos 30 anos.

A assinatura do acordo, após uma década de negociações, foi interpretada como um sinal da necessidade da Rússia de buscar compradores de gás após as sanções da UE e da decisão da China de se manter à margem do conflito.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaEuropaFutebolRússiaUcrâniaUnião Europeia

Mais de Mundo

Putin propõe marcar conversas de paz diretas com Ucrânia em 15 de maio

Trump pede 20 mil novos policiais para reforço nas deportações de imigrantes

Trump diz que houve 'reset total' e 'grande progresso' em negociação de tarifas com a China

Museu, balé e catedral: saiba qual foi a programação da visita de Janja à Rússia