Agência
Publicado em 8 de julho de 2025 às 14h47.
Última atualização em 8 de julho de 2025 às 15h05.
A China ampliou recentemente sua agenda de alto nível com países da União Europeia, incluindo Alemanha e França. O movimento ocorre no ano em que se comemoram os 50 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre China e UE.
Pequim tem defendido o fortalecimento da comunicação estratégica e o aprofundamento da cooperação bilateral como resposta ao atual cenário internacional.
A primeira rodada do diálogo estratégico de alto nível entre China e União Europeia, após a renovação da Comissão Europeia, abordou temas bilaterais e questões internacionais.
A China declarou intenção de trabalhar com a UE para garantir resultados concretos na próxima cúpula de líderes. Bruxelas também manifestou disposição para preparar o encontro com foco no aumento do entendimento mútuo.
No mesmo período, a China realizou o diálogo sino-alemão sobre diplomacia e segurança. As discussões abrangeram temas diversos e ampliaram o consenso entre as partes. Já no encontro com a França, os ministros das Relações Exteriores lideraram a 7ª edição do Mecanismo de Intercâmbio Cultural de Alto Nível, onde discutiram a relação bilateral e definiram novos entendimentos.
Apesar das diferenças, China e Europa não possuem conflitos de interesse fundamentais. A relação tem se mantido estável ao longo das décadas por meio do respeito mútuo e da superação de divergências. Segundo autoridades chinesas, aprofundar essa parceria atende aos interesses das duas regiões e contribui para a estabilidade global.
Nos últimos 50 anos, o comércio entre China e UE cresceu de US$ 2,4 bilhões para US$ 780 bilhões. Os investimentos somam atualmente US$ 260 bilhões. Mais de 110 mil trens da linha China-Europa já transportaram mercadorias no valor de US$ 450 bilhões, consolidando uma rota logística entre Ásia e Europa.
A agenda econômica bilateral ganhou impulso com eventos recentes, como a 16ª Cúpula de Empresários China-Europa, o Fórum Empresarial China-Europa 2025, o 5º Fórum de Comércio Eletrônico Transfronteiriço China-Europa (França) e a 2ª Conferência de Melhores Práticas ESG de Empresas China-Europa. Esses fóruns revelaram novas oportunidades de negócios e expansão da cooperação.
Pequim e Bruxelas também convergem na defesa do multilateralismo. Diante da pressão do unilateralismo e de políticas protecionistas, ambos os lados têm afirmado a necessidade de preservar o sistema de regras internacionais, promover o livre comércio e manter a estabilidade global.
A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, participou recentemente da primeira reunião anual com o Banco Central da China. Em sua fala, reforçou que China e Europa compartilham interesses interdependentes e responsabilidades comuns na preservação da estabilidade financeira e do comércio internacional. “Guerras tarifárias e comerciais são prejudiciais para todos. A única escolha correta é insistir no multilateralismo e aprofundar a cooperação aberta”, disse.
A China considera a próxima cúpula de líderes uma oportunidade para renovar o compromisso com uma relação mais previsível, estável e estratégica. Para Pequim, manter o diálogo com a Europa contribui para evitar a formação de blocos rivais e fortalece a multipolaridade nas relações internacionais.