Agência
Publicado em 6 de agosto de 2025 às 14h58.
Última atualização em 6 de agosto de 2025 às 15h15.
O Ministério do Comércio da China prorrogou até 26 de novembro de 2025 o prazo para a investigação sobre a possível adoção de restrições temporárias à importação de carne bovina.
A decisão foi formalizada por meio do Comunicado nº 60, publicado em 27 de dezembro de 2024, com base no Regulamento da República Popular da China sobre Medidas de Salvaguarda.
Desde o início do processo, o ministério tem seguido os trâmites legais, incluindo o envio de questionários, realização de audiências públicas, inspeções presenciais e análise dos documentos apresentados por representantes do setor.
A investigação contou com contribuições de governos, associações, produtores de países exportadores e pecuaristas e importadores chineses.
A China consome cerca de 12 milhões de toneladas de carne bovina por ano, sendo aproximadamente 2,5 milhões importadas. O Brasil é o principal fornecedor, tendo exportado 1,3 milhão de toneladas para o país asiático em 2024, o que representa 10% do consumo total chinês.
No primeiro semestre de 2025, os frigoríficos brasileiros exportaram 641,1 mil toneladas, registrando um aumento de 13,4% em relação ao mesmo período de 2024, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
O valor das exportações brasileiras de carne bovina para a China atingiu US$ 3,2 bilhões no primeiro semestre de 2025, uma alta de 28,2% em comparação ao mesmo intervalo de 2024.
Este desempenho reforça a importância estratégica do mercado chinês para a cadeia exportadora brasileira de proteína animal.
O governo chinês justificou a prorrogação do prazo devido ao grande volume de informações recebidas e à complexidade do caso. A investigação está sendo conduzida de acordo com os parâmetros estabelecidos pela legislação chinesa e pelas normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo o ministério, o processo continuará sendo conduzido conforme a legislação local e será concluído com base nas evidências reunidas. A China também informou que manterá o diálogo com todas as partes envolvidas para preservar a estabilidade do comércio internacional.