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Com presença de Lula e Trump, Malásia se prepara para cúpula do Sudeste Asiático

Guerra comercial global deve dominar as discussões

Lula na Malásia: presidente disse que um dos problemas do mundo é a falta de lideranças (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Lula na Malásia: presidente disse que um dos problemas do mundo é a falta de lideranças (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Publicado em 25 de outubro de 2025 às 08h53.

A Malásia sediará, entre domingo e terça-feira, a maior cúpula de líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e países aliados, reunindo nomes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o americano Donald Trump.

Mais de 10 mil agentes de segurança foram mobilizados em Kuala Lumpur, que está decorada com pôsteres da ASEAN para receber a 47ª edição do encontro.

A guerra comercial global deve dominar as discussões, especialmente as tarifas impostas pelos Estados Unidos, que têm impactado fortemente as economias exportadoras do Sudeste Asiático.

"Para os líderes da região, esta cúpula é uma oportunidade de mostrar a importância estratégica do Sudeste Asiático e buscar uma moderação nas tarifas americanas", afirmou o cientista político Ja Ian Chong, da Universidade Nacional de Singapura, a Agência EFE.

A ASEAN — composta por Singapura, Malásia, Tailândia, Vietnã, Indonésia, Filipinas, Brunei, Laos, Mianmar e Camboja — abrirá o evento com uma cerimônia no centro de convenções de Kuala Lumpur.

O cronograma prevê reuniões bilaterais, entre elas uma possível conversa entre Trump e Lula, que já estão na capital malaia. O encontro, ainda não confirmado, deve abordar as tarifas de 50% aplicadas por Washington aos produtos brasileiros e o combate ao narcotráfico, tema que Lula disse querer discutir com o americano.

O evento também contará com sessões da ASEAN com Índia e Japão — cuja nova primeira-ministra, Sanae Takaichi, fará sua estreia diplomática — e com os Estados Unidos.

A visita de Trump, no entanto, gerou protestos locais devido às tensões comerciais. Atualmente, os países da ASEAN enfrentam tarifas americanas entre 10% e 40%, enquanto a China segue como seu principal parceiro econômico.

As exportações chinesas para a região cresceram 14,7% em setembro, impulsionadas pela guerra comercial.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o vice-premiê He Lifeng lideram a delegação de Pequim, que negocia em Kuala Lumpur com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial americano, Jamieson Greer.

Analistas destacam o papel da ASEAN como um elo econômico entre Washington e Pequim, em meio às disputas geopolíticas entre as duas potências.

Além das discussões econômicas, a cúpula deve marcar uma nova tentativa de reconciliação entre Tailândia e Camboja, após meses de tensões fronteiriças que deixaram cerca de 50 mortos. Um segundo ato de paz, mediado pela Malásia com apoio dos EUA, deve ser formalizado durante a visita de Trump à capital malaia.

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