Redatora
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 08h07.
As exportações da China para os Estados Unidos despencaram 33% em agosto, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas do país divulgados nesta segunda-feira, 8. As exportações totais do país cresceram 4,4% em agosto na comparação anual, o menor avanço desde fevereiro.
As importações da China vindas dos EUA também recuaram 16% em relação a agosto do ano passado.
O desempenho ficou abaixo das projeções de economistas consultados pela Reuters, que esperavam avanço de 5% nas exportações e 3% nas importações.
Com o enfraquecimento do fluxo para os EUA, exportadores chineses ampliaram vendas para outras regiões. Em agosto, os embarques cresceram 10,4% para a União Europeia, 22,5% para a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e quase 26% para a África.
No acumulado do ano até agosto, as exportações chinesas para os EUA recuaram 15,5%, enquanto as importações caíram 11%. No mesmo período, as vendas para União Europeia, Asean, África e América Latina avançaram 7,7%, 14,6%, 24,6% e cerca de 6%, respectivamente.
A relação comercial entre Pequim e Washington segue pressionada. Em 11 de agosto, os dois países prorrogaram por mais 90 dias a trégua tarifária, mantendo tarifas de cerca de 55% sobre produtos chineses nos EUA e de 30% sobre bens americanos na China.
Apesar disso, negociações recentes em Washington não resultaram em avanços. O presidente Donald Trump já ameaçou impor tarifas de até 200% sobre produtos chineses caso Pequim não amplie as exportações de ímãs de terras raras para os EUA.
O cenário interno também preocupa. As importações chinesas subiram apenas 1,3% em agosto, terceiro mês seguido de alta, mas ainda de forma tímida. Programas locais de incentivo ao consumo, como subsídios para troca de carros e eletrodomésticos, foram suspensos em diversas regiões por falta de recursos.
A inflação ao consumidor caiu 0,2% em agosto, enquanto o índice de preços ao produtor recuou 2,9% no mesmo período, segundo estimativas do Goldman Sachs.
Economistas esperam novos cortes de juros pelo Banco Popular da China nos próximos dias, antes da divulgação de dados de varejo, produção industrial e desemprego referentes a agosto.