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Como a Rússia recruta adolescentes ucranianos para serem espiões

Até o final de maio, cerca de 50 menores ucranianos haviam relatado tentativas de suborno em aplicativos de mensagens

Felipe Mendes
Felipe Mendes

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Publicado em 1 de julho de 2025 às 21h16.

Autoridades da Ucrânia acusam o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) de recrutar, por meio do aplicativo de mensagens Telegram, jovens ucranianos com ofertas de dinheiro fácil em troca de ‘missões’ como fotografar alvos e plantar bombas.

Um adolescente de 16 anos, cujo nome não foi divulgado por ser menor de idade, foi apreendido e acusado pelo crime de espionagem pelo serviço de segurança ucraniano (SBU) no início desta semana.

O jovem foi preso, segundo o Financial Times, quando fotografava posições de tropas ucranianas na cidade de Dnipro, no sul da Ucrânia. Ele repassava as informações de localização por canais criptografados, como o Telegram. O adolescente pode ser condenado à prisão perpétua.

Mísseis e infraestrutura

Investigadores ucranianos acreditam que as informações coletadas pelo adolescente poderiam ser usadas para determinar ataques de mísseis ou drones russos à infraestrutura ucraniana.

Segundo fontes do SBU, o aliciamento sistemático de adolescentes e jovens adultos atinge órfãos e deslocados pelos combates, com dificuldades financeiras ou simplesmente ansiosos para conseguir dinheiro fácil para comprar eletrônicos.

Desde janeiro de 2024, a agência ucraniana prendeu mais de 700 pessoas implicadas em espionagem, incêndios criminosos e planos de bombas orquestrados por agentes de inteligência russos. Desse montante, aproximadamente 25% era de menores de 18 anos.

Para inibir o contato com os russos, agentes do SBU foram convidados para escolas para ensinar crianças a identificar os esforços russos de aliciamento. Até o final de maio, cerca de 50 menores ucranianos haviam relatado tentativas de suborno em aplicativos de mensagens, segundo a polícia juvenil da Ucrânia, que está envolvida na campanha de conscientização.

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