Mundo

Conflito no Sudão ameaça se espalhar por toda a região, diz chefe da ONU

Guterres exortou "todos os membros do conselho a exercerem máxima pressão sobre as partes para acabar com a violência, restabelecer a ordem e regressar ao caminho da transição democrática

O conflito já deixou mais de 420 mortos e mais de 3,7 mil feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (AFP/AFP Photo)

O conflito já deixou mais de 420 mortos e mais de 3,7 mil feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (AFP/AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 24 de abril de 2023 às 12h25.

Última atualização em 24 de abril de 2023 às 12h33.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu nesta segunda-feira, 24, o fim da violência no Sudão porque o conflito ameaça se espalhar por toda a região.

"A violência deve parar. Existe o risco de uma conflagração catastrófica dentro do Sudão que pode envolver toda a região e além", advertiu o secretário-geral em um discurso perante o Conselho de Segurança, reunido a pedido da Rússia, em uma sessão dedicada ao multilateralismo.

Guterres exortou "todos os membros do Conselho a exercerem máxima pressão sobre as partes para acabar com a violência, restabelecer a ordem e regressar ao caminho da transição democrática".

"Todos devemos fazer tudo ao nosso alcance para tirar o Sudão da beira do abismo", acrescentou.

Conflito no Sudão

A violência no país africano, de cerca de 45 milhões de habitantes, foi desencadeada em 15 de abril pelo confronto entre o Exército do general Abdel Fatah al Burhan, governante de fato do Sudão desde o golpe de 2021, e seu rival, o general Mohamed Hamdane Daglo, líder das Forças de Apoio Rápido (FAR). O conflito já deixou mais de 420 mortos e mais de 3,7 mil feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Depois de condenar "com firmeza" o bombardeio indiscriminado em áreas civis e centros de saúde, Guterres pediu às partes em conflito que acabem com os combates em áreas densamente povoadas e permitam o trabalho humanitário.

Os civis devem ter acesso a alimentos, água e outros produtos básicos e deixar as zonas de combate, afirmou, depois de lembrar que a ONU e as organizações humanitárias com as quais trabalha estão "reconfigurando" a sua presença no país para continuar "levando ajuda aos sudaneses".

"Deixe-me ser claro: a ONU não está deixando o Sudão. Nosso compromisso é com os sudaneses" nestes "tempos terríveis", embora tenha especificado que autorizou a transferência temporária dentro e fora do país de "alguns" funcionários da ONU e suas famílias.

Na quinta-feira passada, Guterres pediu aos dois generais que declarassem um cessar-fogo "de pelo menos três dias" por ocasião da celebração do Eid al Fitr, que marca o fim do Ramadã, mês sagrado do jejum muçulmano, mas os combates continuaram.

Acompanhe tudo sobre:ONUSudãoGuerras

Mais de Mundo

Militares dos EUA autorizam saída voluntária de familiares de tropas no Oriente Médio

Milei confirma mudança da Embaixada argentina para Jerusalém em 2026

Governador da Califórnia enfrenta Trump em público e ganha força para 2028

Secretário do Tesouro dos EUA prevê que pacto com a China 'equilibrará' laços econômicos