Shigeru Ishiba, premiê do Japão, durante entrevista coletiva ao lado do premiê de Portugal, em 11 de setembro em Tóquio (Rodrigo Reyes Marin/AFP)
Repórter
Publicado em 15 de setembro de 2025 às 14h31.
A corrida pelo posto de primeiro-ministro do Japão, após a renúncia de Shigeru Ishiba, lentamente toma forma conforme mais possíveis candidatos demonstram interesse de competir.
Ishiba, que estava no cargo desde outubro de 2024, renunciou em 7 de setembro. Com isso, seu partido, o LDP (Partido Liberal Democrata) fará uma votação interna para eleger seu novo líder, que assumirá o comando do país. A eleição será finalizada em 4 de outubro.
O LDP governa o Japão de forma quase contínua desde 1955, e ficou fora do poder por apenas seis anos, entre 1993 e 1996 e 2009 a 2012.
No Parlamentarismo, sistema de governo usado no Japão, o partido mais votado nas eleições tem o poder de apontar o primeiro-ministro, que comanda o governo. Assim, em caso de renúncia, o partido pode eleger um novo líder sem convocar eleições gerais.
No entanto, o novo líder do partido poderá antecipar as eleições gerais, como forma de tentar ampliar seu número de cadeiras no Parlamento. Hoje, a LDP tem 196 cadeiras, de um total de 465, e forma governo com o partido Komeito, em uma coalizão de 220 lugares, que não supera 50% do total e enfrenta dificuldades para aprovar projetos.
Após diversas derrotas parlamentares nos últimos meses, o LDP busca um líder capaz de unir a legenda, marcada por disputas internas, e levar o país para um futuro mais estável. Nesta disputa, cinco nomes estão em evidência, segundo a imprensa japonesa. Veja a lista a seguir.
Toshimitsu Motegi
Motegi, de 69 anos, foi o primeiro candidato a formalmente anunciar sua intenção de concorrer ao cargo de primeiro-ministro em 2025. Com longa carreira ministral, Motegi foi nomeado ministro das Relações Exteriores após negociações bem-sucedidas com o presidente americano Donald Trump em 2019, cargo onde construiu boa reputação e marca, tornando-se símbolo de estabilidade.
Foi nomeado Secretário-Geral do LDP em 2021, posto que ocupa até hoje. Durante as campanhas de liderança do LDP em 2024, Motegi conseguiu apenas 6.39% dos votos no primeiro turno, terminando em 6º lugar, e apoiou a candidata Sanae Takaichi contra Shigeru Ishiba no segundo turno.
Yoshimasa Hayashi
Atualmente Secretário-Chefe de gabinete, Hayashi, de 64 anos, ocupou diversos cargos de peso. Ele foi ministro da Defesa, da Política Econômica e Fiscal, da Agricultura, da Educação e das Relações Exteriores, onde sucedeu Motegi em novembro de 2021. Durante as eleições de 2024, foi eliminado no primeiro turno em 4º lugar, com 8,84% dos votos.
Takayuki Kobayashi
Kobayashi, de 50 anos, atuou como diplomata de 2007 a 2010 na Embaixada do Japão em Washington, D.C., e foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Representantes em 2012. Em 2016, foi nomeado vice-ministro parlamentar da Defesa durante o mandato de Shinzo Abe.
Devido ao seu apoio a Fumio Kishida no segundo turno das eleições do LDP de 2021, foi nomeado ministro para Segurança Econômica. Concorreu nas eleições do LDP de 2024, conseguindo 8.16% dos votos, sendo eliminado em 5º lugar no primeiro turno.
Sanae Takaichi
Servindo na Câmara dos Representantes desde 2005, Takaichi, de 64 anos, atuou como ministra para Segurança Econômica de 2022 a 2024. Nas eleições de 2024, emergiu como favorita ao lado de Shigeru Ishiba, e ficou em primeiro lugar durante o primeiro turno, conseguindo um total de 24.63% dos votos. Foi derrotada por Ishiba no segundo turno, por 52% a 47%. Juntamente com Shinjiro Koizumi, é favorita nessas eleições, e apresenta posição mais favorável para mudanças fiscais, atraindo o interesse de investidores estrangeiros.
Shinjiro Koizumi
Koizumi, de 44 anos, é o candidato mais jovem a concorrer nessas eleições e é membro do gabinete de Ishiba. Atualmente ministro da Agricultura, Koizumi foi responsabilizado por Ishiba por controlar os altos preços do arroz japonês.
Durante as eleições de 2024, ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com um total de 18.50% dos votos. Koizumi apresenta posição mais conservadora em relação às políticas monetárias do país, o que gera cautela de investidores.