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Conversa entre Trump e Lula deve ser por telefone ou vídeo, diz chanceler brasileiro

Ministro Mauro Vieira disse que Brasil é um país de diálogo, mas que independência dos poderes é inegociável

Agência o Globo
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Publicado em 23 de setembro de 2025 às 15h22.

Última atualização em 23 de setembro de 2025 às 18h03.

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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira em Nova York que a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder americano Donald Trump deverá ser realizada na próxima semana e provavelmente de maneira remota.

O encontro foi solicitado pelo presidente brasileiro durante uma brevíssima conversa entre os dois chefes de Estado em uma sala reservada na Assembleia Geral das Nações Unidas, entre o discurso de Lula e a fala de Trump. Pela tradição da ONU, o Brasil sempre é o primeiro país a discursar, enquanto os Estados Unidos falam em seguida por ser o país que sedia o encontro.

"Eles (Lula e Trump) nunca haviam se encontrado. Hoje, tiveram a oportunidade de apertarem as mãos e trocarem umas poucas palavras por 15 ou 20 segundos. O presidente Lula estava deixando o palco e encontrou o presidente Trump nos bastidores. É verdade, o presidente Lula disse que eles deveriam se encontrar e conversar. Espero que os presidentes possam conversar", afirmou Vieira em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional.

"O presidente Lula está sempre pronto para conversar com qualquer chefe de Estado que seja do interesse do Brasil e, neste caso, isso pode acontecer também por um telefonema ou videoconferência porque, infelizmente, o presidente está muito ocupado, tem uma agenda muito cheia. Talvez não seja possível se encontrar pessoalmente, mas eles encontrarão uma forma", completou o chanceler.

Vieira disse que "o Brasil é um país de negociação" e que sempre está disposto a dialogar.

"Temos altos oficiais no governo aqui e digo sempre que a questão política é inegociável, não há espaço para isso. Mas estamos prontos para negociar a questão das tarifas. Embora elas sejam ilegais, não estejam na estrutura dos acordos da OMC, estamos prontos para discuti-las. A única coisa que não podemos discutir é a soberania, a separação entre poderes", reiterou o chanceler brasileiro.

O que se sabe sobre a conversa entre Lula e Trump

O encontro ocorreu nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, logo depois do discurso de Lula e antes da fala de Trump. Houve até um intervalo maior que o esperado, quando o palco ficou vazio, o que permitiu a aproximação entre os dois.

“Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós o vimos, e eu o vi, ele me viu e nos abraçamos. Combinamos que nos encontraríamos na próxima semana. Não tivemos muito tempo para conversar. Cerca de 20 segundos”, disse Trump, em discurso.

Ele ainda completou: “Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem. Ele pareceu um homem muito legal. Na verdade, ele gostou de mim. Eu gostei dele. Eu só faço negócios com pessoas de quem gosto. Tivemos uma química excelente. É um bom sinal.

Por que a conversa entre Lula e Trump é importante?

A aproximação pode abrir caminho para aliviar a crise diplomática. Desde julho, Trump pressiona o Brasil a suspender processos contra Jair Bolsonaro e chegou a classificar as ações da Justiça como uma “caça às bruxas”.

Além disso, os Estados Unidos impuseram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros em agosto. Uma conversa direta entre os presidentes pode ser o primeiro passo para destravar negociações e rever essas medidas.

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