Mundo

Criminalidade coloca Buenos Aires em estado de emergência

Foram convocados 5 mil policiais aposentados para reforçar o patrulhamento na província, que concentra 40% dos 40 milhões de habitantes do país.


	Obelisco em Buenos Aires: violência preocupa
 (Getty Images)

Obelisco em Buenos Aires: violência preocupa (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2014 às 16h45.

O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, decretou neste sábado estado de emergência na segurança pública no distrito mais populoso da Argentina, em meio a uma onda de assaltos que já provocou a reação de "justiceiros".

A medida, válida por 12 meses, inclui a convocação imediata de 5 mil policiais aposentados para reforçar o patrulhamento na província, que concentra 40% dos 40 milhões de habitantes do país.

A decisão ocorre um dia após o violento assalto a um banco no centro de Bernal, na periferia sul da capital argentina, onde homens armados com metralhadoras realizaram mais de 50 disparos em plena luz do dia. O incidente deixou um bandido morto e um policial ferido.

"Ontem, observamos a ferocidade dos nossos delinquentes, que estão dispostos a tudo", disse o governador, que anunciou o estado de emergência em entrevista coletiva com a presença de todo o gabinete.

Nas últimas semanas, a Argentina foi palco de uma onda de assassinatos ligados à reação à assaltos e de linchamentos, alguns dos quais terminaram com a morte dos criminosos a socos e chutes em plena rua.

No mês passado, motoristas de ônibus entraram em greve após o assassinato de um colega durante o serviço na periferia da capital, onde são frequentes os ataques a coletivos.

Scioli, aliado da presidente Cristina Kirchner e possível candidato à presidência em 2015, pediu a colaboração da oposição e dos cidadãos para combater o crime.

O decreto prevê a liberação de 600 milhões de pesos (75 milhões de dólares) do estatal Banco de la Provincia para logística e armamento, um sistema descentralizado da chamadas de emergência (911), a criação de uma "tecla de alerta" para os telefones celulares, leitura digital das placas de automóveis para identificar veículos roubados e restrição ao trânsito de motos para combater os assaltos relâmpagos".

Scioli também prevê "a perseguição do narcotráfico em sua fase econômica com a criação de um corpo de inteligência financeiro". "Vamos atacar onde dói mais, com a apreensão de bens".

Desde o início do ano, 57 pessoas foram mortas em suas residências por assaltantes na região de Buenos Aires, segundo a polícia. Nos 12 meses de 2013, ocorreram 161 assassinatos do mesmo tipo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaMetrópoles globaisViolência urbanaArgentinaBuenos Aires

Mais de Mundo

Europa deve assumir 'maior parte do fardo' da segurança da Ucrânia, diz vice de Trump

Egito acusa Israel de ignorar proposta de trégua em Gaza aceita pelo Hamas

Na Argentina, carteira de motorista e impostos agora podem ser pagos com criptomoedas; entenda

China critica mobilização militar dos EUA no Caribe e rejeita interferência na Venezuela