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Crise no Equador: Noboa decreta estado de exceção após protestos contra o fim do subsídio ao diesel

Coletivos de trabalhadores e estudantes protestam porque estas medidas afetam o custo de vida no país; medida se estenderá por 60 dias

Daniel Noboa: Presidente do Equador decretou estado de exceção em meio aos protestos contra fim do subsídio ao diesel (Marcus Pin/AFP)

Daniel Noboa: Presidente do Equador decretou estado de exceção em meio aos protestos contra fim do subsídio ao diesel (Marcus Pin/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 16 de setembro de 2025 às 15h11.

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O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou nesta terça-feira estado de exceção em sete das 24 províncias do país, onde ocorrem protestos contra a eliminação do subsídio ao diesel. Ex-presidentes, como Lenín Moreno (2017-2021) e Guillermo Lasso (2021-2023), enfrentaram manifestações violentas lideradas pela maior organização indígena do país (Conaie), após tentativas de aumentar os preços dos combustíveis.

Com o fim do subsídio, o custo do diesel passou de U$ 1,80 para U$ 2,80 (R$ 9,57 para R$ 14,89) por galão. Os coletivos de trabalhadores e estudantes protestam porque estas medidas afetam o custo de vida no país.

Na segunda-feira, motoristas de caminhões fecharam algumas vias, que foram liberadas horas depois após a intervenção da polícia, sem que tenham sido relatados feridos ou mortos. A rodovia Pan-Americana Norte, na entrada de Quito, amanheceu bloqueada com pedras e montes de terra.

Frente aos protestos, Noboa decidiu "declarar estado de exceção nas províncias de Carchi, Imbabura, Pichincha, Azuay, Bolívar, Cotopaxi e Santo Domingo, em razão da grave comoção interna", de acordo com o decreto assinado nesta terça.

A medida se estenderá por 60 dias. O governo argumentou que os bloqueios "provocaram complicações na cadeia de abastecimento de alimentos" e afetam o "livre trânsito das pessoas, ocasionando a paralisação de vários setores que afetam a economia".

Noboa também decidiu suspender a liberdade de reunião nas sete províncias e autorizou as forças policiais e militares a "impedir e desarticular reuniões em espaços públicos onde sejam identificadas ameaças à segurança cidadã".

Nesta terça-feira, na cidade de Cuenca, capital de Azuay, também está prevista uma manifestação contra um projeto de mineração a cargo de uma empresa canadense.

Marlon Vargas, presidente da Conaie, exigiu em Cuenca a revogação do decreto que elimina o subsídio ao diesel por "prejudicar o setor empobrecido, o povo equatoriano".

A Frente Unitária de Trabalhadores (FUT) tem prevista uma marcha no dia 23 de setembro contra a eliminação do subsídio ao diesel, enquanto estudantes universitários convocaram para esta terça-feira à tarde um protesto em Quito.

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