Mundo

Democratas fazem proposta para encerrar shutdown, mas republicanos rejeitam

Conflito entre os parlamentares envolve os subsídios da Lei de Acesso à Saúde

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 7 de novembro de 2025 às 18h03.

Tudo sobreEstados Unidos (EUA)
Saiba mais

O líder democrata no Senado Federal, Chuck Schumer, apresentou nesta sexta-feira, 7, um novo plano aos parlamentares republicanos, para permitir que o governo dos EUA retome suas atividades após a paralisação que começou em 1º de outubro.

No entanto, os republicanos rejeitaram rapidamente a proposta de Schumer, que condizia com a manutenção dos subsídios ampliados da Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act) por, no mínimo, um ano.

Os subsídios da Lei de Acesso à Saúde (ACA, na sigla em inglês) têm sido um dos principais pontos de disputa durante a paralisação, que já dura 38 dias, a mais longa da história dos Estados Unidos. Os membros do partido Republicano no Senado criticaram a proposta democrata, chamando-a de inviável.

O líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, apresentou sua proposta como um "acordo simples" que poderia ser aprovado rapidamente pela Casa, em poucas horas. No entanto, o senador republicano Steve Daines, de Montana, declarou em entrevista à emissora Fox News: "Não, não vamos fazer isso. Já dissemos que queremos reabrir o governo."

Um funcionário da Casa Branca, que preferiu não ser identificado, afirmou à Bloomberg que a proposta de Schumer demonstra que os democratas estão sob pressão para chegar a um acordo. O funcionário também reiterou que os republicanos se reuniriam com os democratas para discutir os créditos tributários para saúde assim que o governo fosse reaberto.

Impacto nas companhias aéreas e caos nos aeroportos

Em meio à paralisação, companhias aéreas em todos os Estados Unidos começaram a cancelar voos, com mais interrupções previstas para os próximos dias. O Departamento de Transportes dos EUA e a Administração Federal de Aviação (FFA, na sigla em inglês) ordenaram a redução de voos em 40 grandes aeroportos, com uma redução inicial de 4% na sexta-feira, e a meta de reduzir 10% até o final da próxima semana.

Se a paralisação persistir e a situação da equipe de controle de tráfego aéreo piorar, as reduções de voos nos EUA podem atingir até 20%, alertou o secretário de Transportes, Sean Duffy, à Fox News.

Além disso, a assistência alimentar foi suspensa para 42 milhões de americanos. Embora um juiz federal tenha determinado, na quinta-feira, que o governo Trump liberasse fundos para a ajuda alimentar, a Casa Branca anunciou que recorrerá dessa decisão.

Originalmente, os democratas exigiram a inclusão de US$ 1,5 trilhão em gastos, com uma extensão permanente de US$ 350 bilhões para os créditos fiscais do ACA e a revogação das exigências de trabalho para o Medicaid, que haviam sido aprovadas pelos republicanos no ano anterior.

Ainda nesta sexta-feira, o Senado realizaria uma votação processual sobre um projeto de lei que pagaria os funcionários federais que ficaram sem salário durante a paralisação.

O líder da maioria no Senado, John Thune, ameaçou realizar votações durante o fim de semana para discutir um projeto de lei provisório, mantendo os parlamentares em Washington enquanto buscam um acordo para encerrar a paralisação.

Thump também afirmou que pretende realizar uma votação sobre os créditos tributários da Lei de Acesso à Saúde (ACA) ainda neste ano, mas não pode garantir que o projeto será aprovado. O presidente da Câmara, Mike Johnson, se recusou a prometer que haverá uma votação sobre o tema.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Donald Trump

Mais de Mundo

Trump reforça desejo de se reunir com Putin na Hungria

'Acordo de Paris não seria possível hoje', diz 'pai' do tratado

Orbán encontra Eduardo Bolsonaro e critica 'caça às bruxas' no Brasil