O republicano prometeu tarifas contra parceiros comerciais nesta quarta (Saul Loeb / AFP)
Repórter
Publicado em 2 de abril de 2025 às 16h49.
Última atualização em 2 de abril de 2025 às 17h08.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem promovendo este 2 de abril como o “Dia da Libertação” nos EUA, quando são esperadas uma série de tarifas retaliatórias contra diversos países.
A escolha do apelido envolve um dos objetivos de Trump: “restaurar a justiça”, de acordo com o republicano.
Para o presidente Trump, os EUA estão sendo “enganados” há anos por países que aplicam tarifas mais altas sobre produtos fabricados americanos ou nações com os quais os EUA têm um déficit comercial.
Trump deve anunciar nesta tarde tarifas recíprocas para diversos parceiros comerciais, inclusive o Brasil. Na segunda-feira, o republicano disse que a decisão vai afetar todos os países.
Em comunicado divulgado nesta quarta, a Casa Branca disse que “Pela primeira vez em décadas os Estados Unidos verão um comércio justo”, reforçando a “Libertação” ao qual Trump tanto se refere.
A questão de taxar produtos de parceiros comerciais vem sendo discutida por Trump desde a eleição. Em seus comícios, o então candidato discursou bastante a respeito de como os EUA estavam sendo tratados de forma injusta, sofrendo com taxas elevadas e barreiras comerciais.
“Quarta-feira será o Dia da Libertação na América, como o presidente Trump o apelidou com tanto orgulho”, disse a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em 31 de março.
O governo brasileiro está dividido sobre a possibilidade de retaliar os Estados Unidos se as medidas que forem anunciadas nesta quarta-feira, 2, sobretaxarem produtos e serviços brasileiros, afirmaram à EXAME técnicos que acompanham as discussões.
Uma ala da gestão governista — mais ideológica e ligada à corrente de esquerda — defende uma ação enérgica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a adoção de reciprocidade tarifária.
Outra ala governista — mais pragmática — avalia que o poder de fogo do Brasil é reduzido em relação aos americanos e os prejuízos para o país poderiam ser ainda maiores em caso de uma guerra comercial entre as duas nações.
“Nós temos uma granada e eles têm uma bazuca para nos atacar. Não podemos dar um tiro no pé em uma eventual retaliação”, disse um técnico governista que acompanha as discussões sobre o tema.