O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi diagnosticado com um câncer de próstata agressivo e com metástase óssea, quase uma década após perder seu filho mais velho, Beau, para um tumor cerebral. A informação foi confirmada neste domingo, 18, por seu escritório pessoal.

Segundo o comunicado, Biden procurou atendimento após relatar sintomas urinários. Exames identificaram um nódulo, e a biópsia confirmou um adenocarcinoma com disseminação para os ossos.

O tumor foi classificado com escore de Gleason 9, correspondente ao Grau de Grupo 5 — o mais alto na escala de agressividade prostática e o tratamento inclui desde terapias hormonais, quimioterapia, radioterapia ou até intervenções como cirurgia.

Histórico

A notícia reavivou um episódio marcante na trajetória de Biden: a morte de Beau Biden, aos 46 anos, em 2015, vítima de um câncer cerebral. Na época, Beau era procurador-geral de Delaware, pai de dois filhos e cotado para disputar o governo do estado.

Veterano da Guerra do Iraque, Beau foi condecorado com a Medalha de Bronze por seu serviço na Guarda Nacional. Ele também havia atuado em missões legais em Kosovo e era considerado o herdeiro político do pai. Biden, abalado com a perda, desistiu de concorrer à presidência em 2016, embora estivesse em ascensão política após dois mandatos como vice de Barack Obama.

A morte do filho se soma a outras tragédias familiares. Em 1972, um mês após ser eleito senador, Biden perdeu a primeira esposa, Neilia, e a filha bebê, Naomi, em um acidente de carro. Apenas Beau e o irmão Hunter sobreviveram.

Relembre sua trajetória

Joseph Robinette Biden Jr. nasceu em 1942, na Pensilvânia, e foi eleito senador por Delaware em 1972. Ao longo de mais de três décadas no Congresso, consolidou-se como uma figura de centro no Partido Democrata. Tentou a presidência em 1988 e 2008, mas só conseguiu êxito em 2020, quando derrotou Donald Trump em meio à pandemia de covid-19.

Biden deixou o cargo em janeiro como o presidente mais velho da história dos EUA e, em 2024, retirou-se da disputa à reeleição, apoiando a vice Kamala Harris, derrotada por Trump.

Em fevereiro de 2023, ele já havia removido uma lesão cancerígena do tórax em procedimento bem-sucedido. Seu médico, na época, afirmou não haver necessidade de tratamento adicional.

O caso atual, porém, é mais severo. Com metástase óssea — comum em câncer de próstata avançado — o prognóstico é mais desafiador. A taxa de sobrevida em cinco anos, segundo estudos, varia entre 60% e 70%, dependendo da resposta ao tratamento.

Apesar da gravidade, o câncer demonstrou ser sensível a hormônios, o que permite opções terapêuticas mais eficazes.