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Dilma anuncia Colômbia e Uzbequistão como novos membros do banco do Brics, mas evita falar no Irã

Realizada num hotel na praia de Copacabana, reunião do NDB deste ano marca uma década de criação do banco

Dilma Rousseff, presidente da instituição conhecida como o “banco do Brics”, deixou claro que estão abertos a adesão de novos membros (Flickr)

Dilma Rousseff, presidente da instituição conhecida como o “banco do Brics”, deixou claro que estão abertos a adesão de novos membros (Flickr)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 5 de julho de 2025 às 17h20.

Última atualização em 5 de julho de 2025 às 17h27.

Colômbia e Uzbequistão foram aprovados neste sábado, 5, como membros do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), anunciou Dilma Rousseff, presidente da instituição conhecida como o “banco do Brics”.

Eles se juntam a Egito, Bangladesh, Emirados Árabes e Argélia, que entraram para o banco ao lado dos membros originais, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Em entrevista coletiva da reunião anual do NDB, realizada no Rio, a ex-presidente deixou claro que o banco está aberto à entrada de mais membros e confirmou que há negociações em curso com vários países.

Um deles é o Irã, país que é membro do Brics e tem manifestado desejo intenso de entrar no banco. Dilma evitou falar sobre países específicos, mas sabe-se que a adesão do Irã envolve à classificação de risco do banco, já que a república islâmica enfrenta há anos restrições financeiras por sanções do Ocidente.

Em 2022, pouco após o início da guerra na Ucrânia, o NDB anunciou a suspensão de todas as transações com a Rússia, afirmando na época que a decisão fora tomada “à luz de um cenário de "incertezas e restrições”.

No mês passado, Dilma recebeu na sede do NDB, em Xangai, uma delegação iraniana chefiada pelo presidente do Banco Central do país, Mohamad Reza Farzin. Segundo a imprensa iraniana, ela prometeu apoio ao pleito.

"Nós temos uma série de outros países que estão na lista, que estão sendo observados, analisados, e que podem, em algum momento, entrar no banco" disse Dilma . "Mas eu não posso dizer a lista porque há uma decisão do conselho de governadores de não expor os países com os quais estamos negociando".

Realizada num hotel na praia de Copacabana, a reunião do NDB deste ano marca uma década de criação do banco, que foi aprovada na cúpula do Brics de Fortaleza em 2014, quando Dilma era presidente da República.

Ela fez um balanço das operações do NDB, relatando que em dez anos foram aprovados 122 projetos, totalizando US$ 40 bilhões - US$ 22,4 milhões já desembolsados. Dentre eles, 29 projetos são no Brasil, num total de US$ 7 bilhões (US$ 4 bilhões desembolsados).

Uma das principais diferenças do NDB para outros bancos multilaterais de desenvolvimento, segundo Dilma, é que não há condições políticas para a aprovação dos projetos.

"Nós não impusemos aos países quais são as prioridades deles. Nós não dissemos a eles, olha, seu caminho de desenvolvimento necessariamente é esse. Se perguntar para nós qual é a nossa opinião, a gente dá. Mas [o financiamento] não está condicionado a ele aceitar ou não", disse a presidente.

"Não posso condicionar o financiamento a nenhum critério que não respeite a soberania e a prioridade dos programas específicos de cada país", complementou.

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