Agência
Publicado em 25 de março de 2025 às 15h33.
Última atualização em 25 de março de 2025 às 16h02.
A Reunião Anual de 2025 do Fórum de Desenvolvimento da China reuniu, nos dias 23 e 24 de março, líderes de multinacionais, especialistas acadêmicos e autoridades chinesas e estrangeiras em Pequim. Durante o evento, Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), destacou os desafios enfrentados pela economia global e a necessidade de cooperação internacional para garantir um crescimento econômico sustentável.
Com o tema “Otimizar o potencial de desenvolvimento para o crescimento econômico global estável”, o fórum abordou as expectativas mundiais em relação à economia chinesa e seu papel na estabilidade global. Em um dos painéis mais aguardados, Dilma Rousseff fez um alerta sobre as dificuldades que os mercados internacionais enfrentam. “Estamos reunidos em um momento de grande incerteza para a economia global. Barreiras comerciais, queda nos investimentos, instabilidade financeira e mudanças geopolíticas estão testando o crescimento econômico mundial”, afirmou a ex-presidente.
Outros líderes também destacaram os riscos do cenário atual. Anna Bjerde, diretora-geral de operações do Banco Mundial, alertou para o risco de retrocessos nos avanços econômicos conquistados na última década devido às incertezas crescentes. O evento também trouxe um olhar otimista sobre a China e seu potencial para inovar e crescer, com uma meta de crescimento de aproximadamente 5% para 2025.
Apesar do cenário desafiador, a China apresentou uma meta de crescimento de aproximadamente 5% para 2025. Bill Winters, CEO do Standard Chartered Group, destacou o impacto positivo das políticas de estímulo do governo chinês, incluindo o aumento dos gastos fiscais, incentivos ao consumo e medidas de estabilização do mercado imobiliário. Jeffrey Sachs, professor da Universidade de Colúmbia, reforçou a viabilidade dessa meta, destacando a liderança da China em setores como inteligência artificial, digitalização e energias renováveis.
Empresas globais também aproveitaram o evento para reforçar seu compromisso com o mercado chinês. Ola Källenius, presidente da Mercedes-Benz, elogiou a capacidade de inovação da China, dizendo: “O povo chinês tem uma paixão pela inovação. Quando você trabalha com engenheiros chineses, eles raramente dizem ‘não’ – e, muitas vezes, fazem ainda melhor.” Essa capacidade inovadora impulsionou a China para a 11ª posição no Índice Global de Inovação em 2024, com um crescimento impressionante em áreas como robótica, circuitos integrados e drones.
Diante da fragmentação econômica global, Dilma Rousseff e outros participantes enfatizaram a necessidade da cooperação internacional para garantir a estabilidade econômica. Masato Kanda, presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento, reforçou que a prosperidade de longo prazo depende da colaboração entre os países. Já Oliver Zipse, CEO da BMW, criticou as medidas protecionistas, como as tarifas impostas pela União Europeia a veículos elétricos chineses, afirmando que barreiras comerciais prejudicam todos os envolvidos.
As diretrizes econômicas da China para 2025 incluem a ampliação do investimento estrangeiro e a garantia de condições equitativas para empresas internacionais. Li Lecheng, do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, afirmou: “A inovação e a abertura econômica são fundamentais para o crescimento sustentável.”