Mette Frederiksen: ela denunciou nesta sexta-feira uma possível espionagem dos Estados Unidos na Groenlândia (Ints Kalnins/Reuters)
Agência de notícias
Publicado em 9 de maio de 2025 às 08h54.
Última atualização em 9 de maio de 2025 às 10h56.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, denunciou nesta sexta-feira, 9, uma possível espionagem dos Estados Unidos na Groenlândia, depois que o jornal Wall Street Journal (WSJ) informou que Washington quer fortalecer sua supervisão do território autônomo dinamarquês cobiçado por Donald Trump.
As tensões estão altas entre Estados Unidos e Dinamarca desde que o presidente americano declarou repetidamente que quer assumir o controle da Groenlândia, alegando razões de segurança.
"Obviamente, você não pode espionar um aliado", disse Mette Frederiksen em Oslo, onde participou de uma reunião dos dez países da Força Expedicionária Conjunta (JEF, na sigla em inglês), que reúne o Reino Unido e os países do norte da Europa.
"Nosso ministro das Relações Exteriores já conversou com os Estados Unidos" sobre o assunto, observou.
A encarregada de negócios dos EUA, Jennifer Hall Godfrey, foi convocada ao ministério dinamarquês no dia anterior, na presença de um representante do governo da Groenlândia.
"Não podemos tolerar o fato de começarmos a espionar uns aos outros. Esta mensagem foi enviada muito claramente hoje", disse o ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, ao canal DR na quinta-feira.
"A espionagem americana em Nuuk [capital da Groenlândia] é completamente inaceitável. É desrespeitosa", disse o primeiro-ministro da Groenlândia, Jens-Frederik Nielsen.
Segundo o WSJ, as agências de inteligência foram instruídas a aprender mais sobre o movimento de independência da Groenlândia e sua posição sobre a exploração dos recursos da ilha pelos EUA.
Também foram solicitadas a identificar indivíduos na Groenlândia e na Dinamarca que apoiam os objetivos dos EUA no território autônomo dinamarquês, acrescentou o jornal.
Segundo as pesquisas, a grande maioria dos 57 mil habitantes deste território autônomo dinamarquês quer a independência e não quer que ele seja anexado pelos Estados Unidos.