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Diretor da OMS alerta que cortes dos EUA na saúde global ameaçam milhões de pessoas

Tedros Adhanom Ghebreyesus ressaltou que o fim do financiamento de programas de HIV, por exemplo, poderia "desfazer 20 anos de progresso"

Tedros Adhanom Ghebreyesus: diretor-geral da OMS ( FABRICE COFFRINI/AFP/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 17 de março de 2025 às 14h23.

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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu nesta segunda-feira, 17, que Washington reconsidere seus grandes cortes nos programas de saúde global, uma medida que ameaça a vida de milhões de pessoas.

"Pedimos aos Estados Unidos que reconsiderem seu apoio à saúde global", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista coletiva em Genebra.

Interromper o financiamento de programas de HIV, por exemplo, "poderia desfazer 20 anos de progresso, levando a mais de 10 milhões de casos adicionais de HIV e três milhões de mortes relacionadas ao HIV", acrescentou.

Desde que retornou à Casa Branca, em janeiro, o presidente americano, Donald Trump, decidiu congelar quase todos os programas de ajuda ao desenvolvimento, incluindo aqueles destinados a melhorar a saúde global.

A mudança de política dos Estados Unidos, que tradicionalmente são o maior doador internacional, desencadeou uma onda de pânico no setor humanitário.

Tedros alertou que os cortes na Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) teriam um impacto enorme.

O chefe da OMS enfatizou que a mudança ameaça prejudicar a luta contra uma longa lista de doenças, incluindo HIV, sarampo e poliomielite.

Ele também citou o exemplo da malária. "Atualmente, há graves interrupções no fornecimento de diagnósticos de malária, de medicamentos e mosquiteiros tratados com inseticida devido a esgotamentos de estoque, atrasos nas entregas ou à falta de financiamento", disse ele.

"Nas últimas duas décadas, os Estados Unidos (...) ajudaram a prevenir aproximadamente 2,2 bilhões de casos e 12,7 bilhões de mortes", afirmou.

"Se as interrupções continuarem, poderemos ver 15 milhões de casos adicionais de malária e 107.000 mortes" somente neste ano, acrescentou.

A situação é semelhante com o HIV e a tuberculose, ele alertou. "Nas últimas duas décadas, o apoio dos Estados Unidos aos serviços de tuberculose ajudou a salvar quase 80 milhões de vidas", disse Tedros.

Em relação às vacinas, ele enfatizou que a rede global de sarampo e rubéola da OMS, composta por mais de 700 laboratórios e financiada exclusivamente pelos Estados Unidos, "enfrenta um fechamento iminente".

"Isso acontece no pior momento possível, quando o sarampo está ressurgindo", ele lembrou.

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