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Dow Chemical fecha fábrica de produtos químicos na BA

A decisão foi baseada nos resultados da unidade nos últimos anos e na necessidade de investimentos adicionais para que a fábrica atingisse os padrões mundiais

Empresa não ia atingir as metas de Meio Ambiente, Saúde e Segurança na nova unidade (Bill Pugliano/Getty Images)

Empresa não ia atingir as metas de Meio Ambiente, Saúde e Segurança na nova unidade (Bill Pugliano/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2012 às 12h01.

São Paulo - A norte-americana Dow Chemical anunciou nesta segunda-feira o fechamento da fábrica de tolueno diisocianato (TDI), localizada em Camaçari (BA), onde trabalhavam 123 funcionários. A decisão foi baseada nos resultados da unidade nos últimos anos e na necessidade de investimentos adicionais para que a fábrica atingisse os padrões mundiais estabelecidos pela Dow em termos de metas de Meio Ambiente, Saúde e Segurança (EH&S). "A decisão de fechar a fábrica foi muito difícil, dado o forte compromisso da Dow com a indústria de poliuretanos e com os mercados atendidos pelo produto TDI no Brasil e na América Latina", destacou a companhia em nota enviada à imprensa nesta manhã.

O anúncio oficial acontece menos de um mês após a Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligada ao governo brasileiro, retirar o TDI da lista de exceções à Tarifa Externa Comum (TEC). Com isso, a alíquota do produto havia sido reduzida de 28% para 14%. Na oportunidade, a Camex havia justificado que a decisão era baseada no fechamento na única fábrica de TDI do País. A unidade da Dow estava interrompida desde outubro do ano passado, devido a atividades de manutenção. No período, a "Dow conduziu uma análise minuciosa de todas as opções estratégicas", segundo a empresa, incluindo no mercado de TDI, produto utilizado principalmente na fabricação de espumas flexíveis de poliuretano, além de colas, vernizes, móveis, colchões, veículos automotivos e na construção civil.

O fechamento da unidade de TDI em Camaçari faz parte de um amplo programa global de redução de custos da companhia, "em resposta à fragilidade contínua da economia europeia", conforme citado pela própria empresa. "Entre as medidas estão o fechamento de determinadas unidades fabris na Europa, América do Norte e América Latina, assim como o cancelamento de uma seleção de projetos de capital e a implementação de reduções da força de trabalho."

No caso da fábrica baiana, a Dow destaca que a unidade "não tem sido lucrativa nos últimos anos". Além disso, a companhia realizou investimentos "significativos" com o objetivo de aumentar a segurança da unidade. "Uma recente Análise Quantitativa de Risco (AQR) confirmou que a planta de TDI de Camaçari atende aos requisitos legais brasileiros. Contudo, seriam necessários investimentos adicionais significativos para que a planta fosse operada em conformidade com os elevados padrões de EH&S da Dow", destacou a Dow. "Os investimentos adicionais requeridos tornariam a operação economicamente inviável", complementou a empresa.

A companhia destaca que mantém o compromisso de longo prazo com o Brasil, onde emprega aproximadamente 2.000 pessoas e pretende construir uma unidade integrada de biopolímeros em parceria com a Mitsui. "Na indústria de poliuretano no Brasil, manteremos o foco estratégico nas áreas de óxido de propileno e derivados, como polióis poliéteres e propileno glicol, além de continuar a executar a nossa operação de poliol em Guarujá (SP), e propileno glicol, em Aratu (BA), mantendo a nossa posição de produtores líderes de polióis poliéteres no mundo e o maior produtor na região da América do Sul", destacou o diretor geral de Termofixos da Dow para a América Latina, Fernando Rodriguez.

Na nota enviada à imprensa, a direção da Dow diz que está trabalhando para minimizar o impacto aos funcionários, o que inclui realocação para outras unidades, pacote de benefícios e serviços de recolocação em outras empresas (outplacement).

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