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Egito se aproxima do Hamas para proteger Península do Sinai

O governo egípcio está oferecendo concessões no comércio e na livre circulação em troca de medidas para proteger a fronteira de combatentes do EI

Hamas: o Egito estava em atrito com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, desde uma operação de repressão do Cairo (Getty Images)

Hamas: o Egito estava em atrito com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, desde uma operação de repressão do Cairo (Getty Images)

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Reuters

Publicado em 21 de fevereiro de 2017 às 13h25.

Após anos de relações tensas, o Egito está se aproximando mais do Hamas em Gaza, oferecendo concessões no comércio e na livre circulação em troca de medidas para proteger a fronteira de combatentes do Estado Islâmico, que já mataram centenas de policiais e soldados no norte do Sinai.

O Egito estava em atrito com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, desde uma operação de repressão do Cairo a aliados do grupo armado islâmico, e fechou a fronteira, que só abre raramente.

Mas nas últimas semanas o governo egípcio amenizou as restrições, permitindo a passagem de caminhões repletos de alimentos e outros suprimentos e proporcionando alívio a um bloqueio de Israel que vem limitando o fluxo de bens ao território costeiro.

O relaxamento vem na esteira de visitas do alto escalão do Hamas ao Cairo, que quer se restabelecer como um mediador regional e conter os seguidores do Estado Islâmico na Península do Sinai, uma área estratégica que faz divisa com Gaza, Israel e o Canal de Suez.

A medida leva adiante o que fontes egípcias e palestinas dizem serem esforços do Hamas para evitar a movimentação de militantes dentro e fora do Sinai, onde vitimaram centenas de policiais e soldados desde que o general e presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, depôs o governo liderado pela Irmandade Muçulmana em 2013.

Autoridades egípcias e palestinas afirmam que as mudanças podem sinalizar uma nova era de cooperação mais estreita depois de anos de tensão.

"Queremos cooperação no controle das fronteiras e dos túneis, a entrega de perpetradores de ataques armados e um boicote à Irmandade Muçulmana. Eles querem que o cruzamento seja aberto e mais comércio", disse uma fonte de segurança do Egito.

"Isso na verdade já começou, mas de maneira parcial. Esperamos que continue."

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