Evelyn Matthei em ato da campanha na região de La Araucanía (Instagram / evelynmatthei/Reprodução)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 18h21.
A candidata de direita à presidência do Chile, Evelyn Matthei, prometeu nesta segunda-feira, 13, fechar a fronteira para imigrantes sem documentação.
"A imigração irregular está colapsando os serviços, mas, além disso, nos trouxe um problema de criminalidade desenfreada e de crime organizado como nunca havíamos conhecido antes", declarou Matthei em seu evento de campanha no bairro Independência, ao norte de Santiago.
Matthei é apontada por pesquisas de intenção de voto como terceira colocada na disputa pela Presidência chilena, que, nas últimas semanas, tem tido o tema migratório como debate central. As eleições gerais ocorrem no dia 16 de novembro, com a base eleitoral dividida entre três candidatos.
A entrada de imigrantes sem documentos, que os chilenos associam ao aumento da criminalidade, dominou a campanha eleitoral.
Segundo a pesquisa Black & White, a insegurança, a delinquência e o narcotráfico são mencionados por 77% dos consultados como primeira ou segunda maior preocupação do país.
Matthei se comprometeu a fechar a fronteira à imigração irregular no prazo de um ano, utilizando drones, informações de satélites e o desdobramento de uma polícia de fronteira especializada, entre outras medidas.
A proposta de Matthei vai além do fechamento de fronteiras. Ela promete expulsar 3.000 presos estrangeiros e 10.000 imigrantes irregulares que já possuem ordem de expulsão.
A candidata também apoia mudança legislativa para que a entrada irregular no país seja considerada crime, e não apenas uma infração administrativa.
"Os vizinhos estão cansados dos churrascos feitos na rua, dos ruídos na madrugada, de pessoas andando de moto nas calçadas e, além disso, de ocuparem locais que não são deles", afirmou Matthei nesta segunda-feira.
Segundo estimativas oficiais citadas pela AFP, cerca de 330 mil estrangeiros, a grande maioria venezuelanos, residem irregularmente no Chile. A fronteira com a Bolívia é a principal porta de entrada para imigrantes.
De acordo com levantamento da consultora Cadem divulgado pela AFP, Matthei aparece em terceiro lugar com 14% das intenções de voto, atrás da candidata esquerdista Jeannette Jara (28%) e do candidato de extrema-direita José Antonio Kast (24%).
Já a pesquisa Black & White, publicada pelo portal Emol, apresenta números ligeiramente diferentes: Jara lidera com 28%, seguida por Kast com 27% e Matthei com 19%. Na comparação com o levantamento anterior, Jara perdeu dois pontos percentuais, Kast subiu um ponto e Matthei manteve seus 19%.
A disputa também conta com outros nomes.
Johannes Kaiser, do Partido Nacional Libertário, ocupa o quarto lugar com 14% segundo a Black & White, registrando alta de três pontos em relação à medição anterior. Entre os candidatos menores, aparecem Franco Parisi com 7%, Harold Mayne-Nicholls com 2%, e Eduardo Artés e Marco Enríquez-Ominami, ambos com 1%.
O contexto político é desafiador para a candidata governista Jara.
A pesquisa Black & White mostra que apenas 32% dos chilenos aprovam a gestão do presidente Gabriel Boric, uma queda de cinco pontos em relação à medição anterior.
Apesar das diferentes posições no primeiro turno, as pesquisas indicam que tanto Matthei quanto Kast, ambos opositores do governo Boric, venceriam a governista Jara em um eventual segundo turno.
Segundo a Black & White, em um cenário entre Jara e Matthei, a candidata de oposição se imporia com 54%. Já Kast venceria com 55%.
Com pouco mais de um mês para as eleições de 16 de novembro, os candidatos intensificam suas estratégias.
Matthei aposta no endurecimento do discurso sobre imigração e segurança para disputar votos com Kast na direita, enquanto Jara tenta consolidar sua liderança no primeiro turno por meio de uma frente ampla da esquerda.
A economia, a inflação, o desemprego e o crescimento econômico também figuram entre as principais preocupações dos eleitores, segundo a Black & White, mas têm sido ofuscados pelo debate sobre segurança e imigração nas últimas semanas de campanha.