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Eleições de domingo mostram queda da esquerda em Portugal e avanço de Milei; veja resumo

Três países tiveram votações no dia 18 que indicam o que deverá acontecer na política global nos próximos meses

Javier Milei, presidente da Argentina, ao votar nas eleições de domingo, 18 de maio
 (Emiliano Lasalvia/AFP)

Javier Milei, presidente da Argentina, ao votar nas eleições de domingo, 18 de maio (Emiliano Lasalvia/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 19 de maio de 2025 às 10h35.

Última atualização em 19 de maio de 2025 às 12h29.

No domingo, 18, houve eleições em Portugal, Polônia e Argentina, em níveis variados. Nas disputas, houve vencedores, como o presidente Javier Milei e o partido Chega!, de extrema-direita em Portugal, e derrotas, como o do Partido Socialista português e do ex-presidente argentino Mauricio Macri. 

Em Portugal, houve a eleição para definir quem seria o novo partido a governar o país. Na Polônia, foi realizado o primeiro turno da eleição presidencial. Na Argentina, uma votação foi feita para eleger os vereadores de Buenos Aires. Veja abaixo um resumo dos resultados:

Portugal: esquerda em queda

- Em Portugal, o premiê Luís Montenegro, de centro-direita, conseguiu se reeleger. Seu partido teve 32% dos votos e conquistou 86 assentos. A surpresa veio na disputa pelo segundo lugar: o Partido Socialista, de esquerda, perdeu votos e praticamente empatou com o Chega!, de extrema-direita. Os dois partidos têm 58 cadeiras conquistadas cada um. O número ainda pode mudar, pois faltam apurar votos do exterior.

Por que importa: Montenegro e o Chega defendem restringir o acesso dos imigrantes em Portugal. O país abriga centenas de milhares de brasileiros, que terão mais dificuldades para permanecerem lá conforme as regras forem endurecidas.

Polônia: disputa acirrada

- Na Polônia, o primeiro turno terminou com uma disputa apertada. Rafal Trzaskowski, ligado ao premiê Donald Tusk e defensor da integração com a Europa, teve 31,4% dos votos. Em segundo lugar, veio Karol Nawrocki, de postura nacionalista e conservadora, com 29,5%. A distância foi menor do que as pesquisas apontavam. O segundo turno será em 1 de junho.

Por que importa: a Polônia se tornou um exemplo de avanço de um governo autoritário com o atual presidente Andrzej Duda, que buscou se afastar da Europa e coibir o Judiciário. Ele apoia Nawrocki. O país tem o poder dividido entre premiê e presidente, e Duda tem barrado ações de Tusk. Quem ganhar poderá levar a Polônia a se aproximar mais da Europa ou se afastar do bloco ocidental, o que pode aproximá-la da Rússia.

Argentina: vitória de Milei em Buenos Aires

- Na Argentina, houve votação para definir os vereadores da Câmara Municipal de Buenos Aires, a maior cidade do país. O partido do presidente Javier Milei, A Liberdade Avança, foi o grande vencedor, e levou 30,13% dos votos. O partido do ex-presidente Mauricio Macri, o PRO, chegou em terceiro lugar, com 15,92%, o que foi visto como forte derrota. Macri dominava a política na cidade desde 2007. O ex-presidente foi prefeito da cidade de 2007 a 2015 e atualmente seu irmão, Jorge Macri, comanda a cidade.

Por que importa: a vitória do partido de Milei mostrou força, o que aumenta as chances de uma conquista mais expressiva de cadeiras nas eleições legislativas nacionais, em outubro. A legenda de Milei tem atualmente poucos assentos no Congresso, o que dificulta a aprovação de medidas. Com mais assentos, o presidente poderá acelerar a implantação de reformas na Argentina na metade final de seu mandato.

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