Elon Musk ( JIM WATSON/AFP/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 1 de maio de 2025 às 16h46.
Elon Musk admitiu que a comissão para cortar os gastos federais dos Estados Unidos, a famosa DOGE, não conseguiu alcançar plenamente seus objetivos originais, após receber duras críticas — inclusive dentro do próprio governo de Donald Trump.
— É uma questão de quanta dor o governo e o Congresso estão dispostos a suportar. Porque é possível fazer, mas exige lidar com muitas reclamações — declarou Musk a meios de comunicação norte-americanos na quarta-feira.
A entrevista, concedida após uma reunião de gabinete da qual Musk participou — e que pode ter sido uma de suas últimas —, foi publicada por vários veículos nesta quinta-feira. À frente da DOGE desde janeiro, Musk reconheceu que, até o momento, a comissão cortou 160 bilhões de dólares em gastos federais — muito abaixo da meta inicial de 2 trilhões de dólares.
Cortes mais profundos exigiriam reduções em áreas-chave do orçamento público, como aposentadorias, assistência médica para idosos e o orçamento da defesa. Em apenas três meses, a comissão já eliminou milhares de cargos no funcionalismo público federal e reduziu drasticamente os subsídios federais.
Musk alertou que, agora, passará a se concentrar mais na sua empresa de carros elétricos, a Tesla, cujas vendas caíram drasticamente. Além disso, concessionárias da empresa nos Estados Unidos e em outros países têm sido alvo de vandalismo e protestos.
O experimento DOGE “não tem sido muito divertido”, admitiu o bilionário. Inicialmente, o trabalho da comissão estava previsto até 4 de julho de 2026, mas Musk afirmou que poderia se estender pelos quatro anos do mandato de Trump.
“Depende do presidente”, disse, esclarecendo, no entanto, que não desaparecerá completamente e que deseja manter seu pequeno escritório na Casa Branca para suas visitas semanais a Washington.
O homem mais rico do mundo explicou que, com ou sem ele, “a DOGE é um estilo de vida, é como o budismo”. E acrescentou: “Buda já não está vivo. Mas ninguém perguntaria: quem poderia liderar o budismo?”