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Em demonstração de poder, Xi Jinping participa de desfile militar em Pequim com Putin e Kim Jong-un

Desfile celebrou 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e exibiu o poderio militar chinês

Vladimir Putin, Xi Jinping e Kim Jong-un em evento em Pequim nesta quarta-feira, 3 (ALEXANDER KAZAKOV/POOL/AFP /Getty Images)

Vladimir Putin, Xi Jinping e Kim Jong-un em evento em Pequim nesta quarta-feira, 3 (ALEXANDER KAZAKOV/POOL/AFP /Getty Images)

Publicado em 3 de setembro de 2025 às 11h06.

O presidente da China, Xi Jinping, afirmou que o mundo enfrenta uma escolha entre “paz ou guerra” durante um desfile militar em Pequim nesta quarta-feira, 3, acompanhado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, e pelo líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un.

O evento, que celebrou os 80 anos da derrota do Japão no fim da Segunda Guerra, contou com mais de 50 mil espectadores na Praça Tiananmen, segundo informações da agência Reuters.

A cerimônia foi marcada por uma demonstração de força militar, com mísseis hipersônicos, drones subaquáticos e até um “lobo robô” armado. Helicópteros exibiram grandes bandeiras, enquanto caças sobrevoaram o espaço aéreo em formação. O desfile, que durou cerca de 70 minutos, terminou com a soltura de 80 mil pombas da paz.

Mísseis balísticos intercontinentais DF-5C são exibidos durante um desfile militar que marca o 80º aniversário da vitória sobre o Japão e o fim da Segunda Guerra Mundial, na Praça Tiananmen, em Pequim, em 3 de setembro de 2025

Mísseis balísticos intercontinentais DF-5C são exibidos durante um desfile militar que marca o 80º aniversário da vitória sobre o Japão e o fim da Segunda Guerra Mundial, na Praça Tiananmen, em Pequim, em 3 de setembro de 2025 (Greg Baker/AFP)

Participação internacional

Xi recebeu mais de 25 líderes estrangeiros no tapete vermelho, incluindo o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto.

Foi a primeira vez que Xi, Putin e Kim apareceram juntos em público. Durante o evento, Putin agradeceu a Kim pela ajuda de seus soldados na guerra da Ucrânia, e o norte-coreano disse estar disposto a apoiar a Rússia “em tudo o que for possível”.

Também fazia 66 anos que um líder norte-coreano não participava de um desfile militar na China. Kim viajou acompanhado da filha Ju Ae, apontada por autoridades sul-coreanas como provável sucessora, embora ela não tenha sido vista no evento.

Em paralelo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou a rede Truth Social para relembrar o papel americano na libertação da China durante a Segunda Guerra.

“Por favor, envie minhas mais calorosas saudações a Vladimir Putin e Kim Jong Un, enquanto vocês conspiram contra os Estados Unidos da América”, escreveu Trump. O Kremlin respondeu que não havia conspiração e sugeriu que o tom do presidente era irônico.

Visão global de Xi

Xi tem reforçado a narrativa de que a Segunda Guerra foi um ponto de virada para a “grande revitalização da nação chinesa”. Nesta semana, em uma cúpula regional de segurança, ele pediu unidade contra o “hegemonismo e a política de poder”, em referência velada aos EUA.

Em discurso após o desfile, Xi declarou que a revitalização da China é “imparável” e alertou que a humanidade não pode voltar à “lei da selva”.

Analistas observam que a exibição militar também buscou reforçar o patriotismo interno, em meio a expurgos que afastaram mais de uma dezena de generais do Exército por suspeitas de corrupção nos últimos dois anos.

“O desfile permite que Xi concentre a atenção mundial nos avanços da modernização militar da China, ao mesmo tempo em que obscurece os desafios persistentes, como as purgas em curso nas fileiras mais altas do Exército”, afirmou Jon Czin, analista do Brookings Institutionà Reuters.

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