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Em discurso no Congresso, Trump deve anunciar acordo com a Ucrânia e defender tarifas

Segundo informações da agência Reuters, Trump pretende anunciar a formalização de um acordo de minerais estratégicos com a Ucrânia

Trump: defenderá sua política de tarifas comerciais, que impôs custos elevados a Canadá, México e China (AFP)

Trump: defenderá sua política de tarifas comerciais, que impôs custos elevados a Canadá, México e China (AFP)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 4 de março de 2025 às 17h51.

Última atualização em 4 de março de 2025 às 19h14.

Donald Trump, presidente americano, fará um discurso no Congresso na noite desta terça-feira, 4. O pronunciamento deve reforçar sua política "America First", que inclui a reformulação do governo federal, a imposição de tarifas protecionistas e a redefinição do apoio dos EUA à Ucrânia.

Segundo informações da agência Reuters, Trump pretende anunciar a formalização de um acordo de minerais estratégicos com a Ucrânia. No entanto, fontes ouvidas pela agência afirmam que o documento ainda não foi assinado e que a situação pode mudar até o discurso. A decisão ocorre após uma reunião tensa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, realizada na semana passada no Salão Oval.

Além do anúncio, Trump defenderá sua política de tarifas comerciais, que impôs custos elevados a Canadá, México e China. As medidas já provocaram retaliações e preocupam empresários e políticos, mas o presidente insistirá que são essenciais para proteger a economia americana.

Discurso marca nova fase da política externa dos EUA

A retomada das negociações com a Ucrânia representa uma mudança na abordagem de Trump, que anteriormente havia pausado o apoio militar ao país. O acordo pode ser interpretado como uma tentativa de equilibrar sua estratégia internacional, garantindo acesso a minerais essenciais, como lítio e níquel, enquanto mantém uma postura protecionista no comércio global.

Veículos internacionais, afirma que fontes da Casa Branca indicam que o Trump apresentará o pacto como parte de sua estratégia para reduzir a dependência americana da China, maior produtora global desses recursos. Trump também argumentará que as tarifas elevadas sobre importações são uma ferramenta necessária para fortalecer a indústria nacional e garantir empregos nos Estados Unidos.

Democratas preparam reação

A oposição planeja contestar o discurso, destacando os impactos negativos das tarifas sobre consumidores e empresários americanos. A senadora Elissa Slotkin, de Michigan, foi escolhida para apresentar a resposta oficial do partido, na qual deve enfatizar a necessidade de investimentos em manufatura doméstica sem recorrer a medidas protecionistas extremas.

Para reforçar a crítica à política econômica de Trump, os democratas convidaram funcionários federais demitidos pelos cortes promovidos pelo governo para assistir ao discurso no Congresso. Entre os convidados estão um profissional de saúde de Maryland, um ex-funcionário do serviço florestal e um veterano deficiente do Arizona — todos afetados pela reforma administrativa conduzida pelo recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (Doge), liderado pelo empresário Elon Musk.

Pressões internacionais e economia americana

No cenário global, Trump enfrenta tensões com aliados tradicionais. A suspensão do apoio militar à Ucrânia gerou incertezas sobre o compromisso dos EUA com seus parceiros europeus, enquanto a guerra comercial com Canadá, México e China levanta temores sobre impactos negativos na economia americana.

*Com agências internacionais

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