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Em reunião na França, Brasil defenderá autonomia líbia

O país defende que o processo político e econômico do país seja conduzido pelos próprios líbios, sem intervenção externa

Por enquanto, o Brasil ainda não reconheceu a legitimidade do Conselho Nacional de Transição (CNT) (Patrick Baz/AFP)

Por enquanto, o Brasil ainda não reconheceu a legitimidade do Conselho Nacional de Transição (CNT) (Patrick Baz/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2011 às 12h36.

Brasília - Em defesa da autonomia e da democracia na Líbia, o embaixador extraordinário do Brasil para o Oriente Médio, Cesário Melantonio Neto, que participa hoje (1º) de uma reunião internacional, em Paris, defenderá a posição brasileira. Melantonio Neto deverá ratificar que o Brasil está com o povo líbio, em favor de suas aspirações por liberdade, assim como defende que o processo político e econômico do país seja conduzido pelos próprios líbios, sem intervenção externa.

Melantonio Neto, no entanto, deverá lembrar que o reconhecimento de um governo provisório na Líbia depende da chancela do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Por enquanto, o Brasil ainda não reconheceu a legitimidade do Conselho Nacional de Transição (CNT), conduzido pela oposição líbia. Mais de 40 nações, incluindo França, Estados Unidos, Alemanha, Itália e Reino Unidos reconheceram a legitimidade do CNT.

Próximo de meio-dia de hoje (cerca de 17 horas em Paris), o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, comandam uma reunião com representantes de 60 países e organizações internacionais para definir as medidas que serão adotadas para ajudar a Líbia.

A reunião ocorre no mesmo dia em que o líder líbio, Muammar Khadafi, celebraria 42 anos de poder. Historicamente, Brasil e Líbia sempre tiveram relações comerciais e econômicas, pois os líbios são importadores de produtos agrícolas. No entanto, em fevereiro o Brasil ratificou as sanções impostas pelas Nações Unidas ao país, suspendendo as operações com os líbios.

Na semana passada, o chanceler Antonio Patriota negou riscos de rompimento de acordos para os empresários brasileiros. A Petrobras e as construtoras Odebrech e Queiroz Galvão têm investimentos na Líbia, mas, desde o começo dos conflitos em fevereiro, suspenderam obras e retiraram os funcionários do país.

As discussões hoje deverão se concentrar em medidas eficientes que colaborem para a reconstrução da Líbia, depois de cerca de seis meses de guerra civil, sob coordenação da comunidade internacional. Os governos da Itália e França anunciaram o desbloqueio de recursos, atendendo ao pedido do CNT. A expectativa é que sejam liberados aproximadamente US$ 175 bilhões para a Líbia.

Os líderes da comunidade internacional também querem definir alternativas que garantam a segurança na Líbia e a organização de futuras eleições. No entanto, a tendência é que a comunidade internacional mantenha as tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na região, contrariando o desejo da oposição que deverá assumir o comando interino do país.

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