Gavin Newsom: De São Paulo, o governador da Califórnia deve seguir para Belém, onde deverá participar de eventos da COP30 (Brandon Bell/Getty Images)
Repórter de Mercados
Publicado em 10 de novembro de 2025 às 15h37.
Gavin Newsom, governador da Califórnia, afirmou que o anúncio de 50% de tarifas foi um ato de desrespeito do governo dos Estados Unidos ao Brasil. A declaração foi dada durante o Global Investors' Symposium, do Milk Institute, em São Paulo.
“O Brasil é um dos nossos grandes parceiros comerciais. É o país com o qual deveríamos nos envolver”, afirmou Newsom.
Nos bastidores do evento, à imprensa, ele enfatizou que a política tarifária do presidente republicano Donald Trump é particularmente problemática, num momento em que o Brasil é uma das grandes democracias do mundo.
De São Paulo, o governador da Califórnia deve seguir para Belém, onde deverá participar de eventos da COP30. “Estou aqui por conta da ausência de qualquer liderança do governo dos EUA, é um vácuo. É de deixar o queixo caído”, disse.
Caso encontre Lula — e caso possa dar alguma dica sobre como lidar com Trump —, Newsom diz que falaria ao presidente ao que pensa sobre Trump.
“Petulante, corrupto, materialista, cruel e sem palavra”, descreveu.
"A única coisa consistente nele é sua inconsistência, seu caos, sua crueldade. Isso se relaciona com a questão da imprevisibilidade. A única coisa previsível em Donald Trump é sua imprevisibilidade e sua crueldade”, finalizou.
Após o grande encontro entre Lula e Trump em Kuala Lampur, na Malásia, o republicano afirmou, por meio de publicação na rede oficial da Casa Branca na rede social X, que espera concluir “acordos muito bons” com o Brasil.
Já Lula disse que acertaram "que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”.
O encontro aconteceu após Trump, em agosto, aumentar as taxas de importação sobre o Brasil, que chegaram a 50%.
Por semanas, o governo americano se recusou a negociar com as autoridades brasileiras. O clima mudou após um encontro entre Lula e Trump na ONU, em setembro. Desde então, os dois presidentes falaram diversas vezes que houve “química” entre eles, o que teria aberto as conversas entre os dois governos.