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Embaixada dos EUA no Brasil reproduz ameaças de secretário de Trump após julgamento de Bolsonaro

Marco Rubio disse que os EUA responderão 'adequadamente' à condenação do ex-presidente

Agência o Globo
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Publicado em 11 de setembro de 2025 às 21h58.

Última atualização em 11 de setembro de 2025 às 22h13.

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A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil republicou, na noite desta quinta-feira, a declaração do secretário de Estado americano, Marco Rubio, sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Rubio sinalizou que novas sanções contra autoridades brasileiras devem ser aplicadas pela Casa Branca.

"As perseguições políticas conduzidas pelo sancionado violador de direitos humanos Alexandre de Moraes continuam, uma vez que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas", afirmou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, referindo-se ao ministro do STF que é relator da ação em que Bolsonaro é réu.

A divulgação, em português, da mensagem escrita por Rubio pela embaixada ocorreu logo após o Itamaraty divulgar uma nota reagindo à declaração do secretário. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o Poder Judiciário brasileiro julgou, "com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988", os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa.

"Ameaças como a feita hoje pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia", publicou o Itamaraty nas redes sociais.

Para interlocutores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, novas sanções contra autoridades do Brasil são esperadas até o fim de 2026, ano de eleição. Alexandre de Moraes é o principal alvo da Casa Branca. Está sem visto para entrar em território americano e proibido de realizar operações comerciais ou financeiras envolvendo empresas americanas.

Também nesta quinta-feira, o presidente americano, Donald Trump, manifestou-se sobre o julgamento, que deve terminar nesta sexta-feira. Trump afirmou considerar “muito surpreendente” a condenação de seu aliado.

— Eu achava que ele era um bom presidente do Brasil, e é muito surpreendente que isso tenha acontecido. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram — disse Trump aos repórteres. — Ele era um bom homem.

Desde que anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, em 9 de julho último, o chefe da Casa Branca exige que uma negociação comercial com o Brasil deve incluir a situação de Bolsonaro. Trump deixou claro que uma conversa só ocorrerá com a absolvição do ex-presidente brasileiro.

Bolsonaro e aliados foram condenados pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

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