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Escalada da violência na Colômbia: 34 militares são feitos reféns em área dominada pelo narcotráfico

Governo acusa dissidência das Farc de usar civis para deter tropas em região amazônica após confronto que deixou dez mortos

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Agência de notícias

Publicado em 26 de agosto de 2025 às 19h48.

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As autoridades da Colômbia denunciaram, nesta terça-feira, a retenção de 34 militares em uma região amazônica no sudeste do país tomada por plantações de drogas, onde a maior dissidência da extinta guerrilha das Farc opera. Segundo o comandante das Forças Militares, o almirante Francisco Cubides, após combates intensos as tropas estavam prestes a sair da zona quando foram retidas "pela comunidade".

O governo não especificou quando ocorreu a detenção, mas indicou que entre domingo e segunda-feira houve confrontos com a guerrilha liderada por Iván Mordisco, que resultaram em 10 mortos e dois capturados.

— Isso obedece à ação ilegal, criminosa de algumas pessoas vestidas de civis que afirmam deter alguns militares — indicou o ministro da Defesa, Pedro Sánchez.

Na Colômbia, é comum que militares e policiais sejam detidos, geralmente por camponeses obrigados ou manipulados por grupos armados que exercem controle na região.

— Isso vai contra a vontade deles e isso é um sequestro — acrescentou Sánchez.

Segundo o chefe da pasta, a comunidade está "interrompendo uma operação militar contra a principal ameaça que opera nessa região", o "criminoso conhecido como Mordisco", o homem mais procurado no país.

Na última quinta-feira, esta guerrilha explodiu um caminhão-bomba que matou seis pessoas e deixou mais de 60 feridos em Cali, em um dos episódios mais violentos de 2025. Antes, rebeldes liderados por "Calarcá" derrubaram um helicóptero policial e enfrentaram uma missão de erradicação de plantações de drogas em Antioquia (noroeste), em uma ofensiva que deixou 13 policiais mortos.

Ambas as dissidências, que se enfrentam, rejeitaram o acordo de paz de 2016, formalizado no ano seguinte, que desarmou a maior parte das Farc. O braço liderado por Calarcá mantém conversações com o governo do esquerdista Gustavo Petro, embora sem avanços concretos.

O desarmamento das Farc deixou um vazio de poder nos territórios. Isso foi aproveitado por grupos guerrilheiros dissidentes, paramilitares e cartéis que se enfrentam pelo controle do tráfico de drogas, da extorsão e da mineração ilegal.

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