O vice-presidente Geraldo Alckmin, anda de tuc tuc em Nova Déli (Virendra Singh/Divulgação)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 17h35.
O vice-presidente Geraldo Alckmin chegou à Índia nesta quarta-feira, 15, com uma comitiva brasileira, para buscar novas parcerias entre o país e o Brasil.
Entre os objetivos, está o de ampliar o comércio bilateral entre os dois países para US$ 20 bilhões anuais, até 2030, e ampliar o Acordo de Comércio Preferencial entre a Índia e o Mercosul, além de cooperações em vários setores, como defesa e petróleo.
"Estou indo à Índia com o espírito de abrir mercados e aumentar o comércio. Nós podemos ter muita complementaridade econômica e investimentos recíprocos", disse Alckmin, antes da viagem.
A agenda da comitiva brasileira começou nesta quarta, 15, com uma reunião com o ministro da Defesa da Índia, Rajnath Singh, para ampliar a cooperação na área.
O ministro da Defesa, José Múcio, também presente na viagem, disse a jornalistas que oficiais das Marinhas da Índia e do Brasil avaliam cooperar na manutenção dos submarinos franceses Scorpène, usados pelos dois países.
Segundo o governo brasileiro, também estão avançando tratativas sobre o interesse da Índia em adquirir seis aeronaves E-145 da Embraer, para uso como plataformas de alerta avançado e controle aéreo.
“Nós estamos discutindo operações conjuntas. Eles estão adquirindo uns aviões-radares que nós estamos trazendo do Brasil para eles adaptarem aqui. Nós estamos tentando fazer operações também no campo de manutenção de submarinos, já que os nossos submarinos são do mesmo modelo”, disse Múcio.
Na quinta-feira, 16, Alckmin se reúne com o vice-presidente da Índia, Shri Radhakrishnan, e com os ministros indianos da Indústria, Piyush Goyal, e de Petróleo e Gás, Hardeep Singh Puri.
Também na quinta, haverá um fórum empresarial Brasil-Índia, organizado pela ApexBrasil. Participarão empresários dos setores de alimentos, bebidas, agronegócio, construção, tecnologia, química e saúde, máquinas e equipamentos, energia e moda.
Na sexta, 17, Alckmin se reunirá com o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e inaugurará um escritório da Embraer em Nova Déli.
A empresa brasileira negocia para vender a aeronave C-390 à Índia, inclusive com a perspectiva de coprodução com a empresa indiana Mahindra Systems.
A missão de Alckmin à Índia é o passo seguinte das conversas iniciadas entre o presidente Lula e o primeiro-ministro Narendra Modi durante a visita do líder indiano ao Brasil, em 8 de julho.
A essa visita, seguiu-se um telefonema entre os dois líderes, em 7 de agosto passado, quando acertaram sobre a missão de Alckmin à Índia e reforçaram a meta de elevar o comércio bilateral para US$ 20 bilhões até 2030. Os dois também concordaram em iniciar negociações para a ampliação do Acordo de Comércio Preferencial Mercosul-Índia ainda este ano.
A viagem de Alckmin também ajuda na preparação da ida de Lula à Índia, prevista para fevereiro de 2026.
Em 2024, o comércio com a Índia totalizou US$ 12 bilhões, um acréscimo de 4,7% em relação a 2023, o que manteve a Índia na posição de 10º maior parceiro comercial do Brasil, segundo dados do governo federal.
As exportações foram de US$ 5,26 bilhões, sendo a Índia o 13º destino de exportações brasileiras. As importações foram de US$ 6,8 bilhões, o que fez da Índia a 6ª maior origem de importações pelo Brasil.
Em 2024, os principais produtos exportados para a Índia foram:
Na pauta de importações da Índia para o Brasil, predominaram: