Mundo

Espanha: pedido de desculpas do ETA é hipocrisia

"É uma dialética hipócrita, são jogos florais visando à assembleia constituinte de Sortu" declarou o secretário de Estado de Segurança, Francisco Martínez


	(2009) O ex-chefe do ETA conhecido como Txeroki, em Madri: "O ETA lamenta os danos causados às vítimas", disse "Txeroki"
 (AFP)

(2009) O ex-chefe do ETA conhecido como Txeroki, em Madri: "O ETA lamenta os danos causados às vítimas", disse "Txeroki" (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2013 às 20h02.

Madri - O governo espanhol classificou nesta segunda-feira de "retórica hipócrita" a declaração do ex-chefe militar do grupo separatista armado basco ETA, que lamentou o sofrimento das vítimas, e pediu, novamente, que a organização se dissolva.

"É uma dialética hipócrita, são jogos florais visando à assembleia constituinte de Sortu", partido separatista que será constituído oficialmente no sábado, declarou o secretário de Estado de Segurança, Francisco Martínez.

"O único comunicado que se espera do ETA é que anuncie sua dissolução incondicional e o desmantelamento de suas estruturas na clandestinidade", acrescentou.

O governo reagiu assim às declarações do ex-chefe do aparato militar do ETA, Garikoitz Aspiaru Rubina, conhecido como "Txeroki", que lamentou nesta segunda-feira os danos causados às vítimas da organização armada separatista basca, ao ler uma declaração no tribunal penal que o julga junto a outros nove integrantes do grupo em Paris.

"O ETA lamenta os danos causados às vítimas", disse "Txeroki", ao ler uma declaração na qual reiterou o pedido para que a França "não feche a porta para esta oportunidade para a paz".

Esta é uma "declaração muito importante" e "muito positiva com relação às perspectivas de avanços no processo de paz" no País Basco, declarou, por sua vez, Xabi Larralde, porta-voz do Batasuna, ao sair da audiência.


No dia 20 de outubro de 2011, o ETA anunciou que renunciava à violência após mais de 40 anos de luta armada pela independência do País Basco e Navarra.

O ETA, encarado como uma organização terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, é considerado responsável pela morte de 829 pessoas.

O último atentado com vítimas mortais do ETA remonta a 30 de julho de 2009.

No dia 3 de janeiro, a organização nacionalista basca Batasuna, considerada próxima ao ETA e ilegal na Espanha, anunciou sua dissolução na França, como havia feito anteriormente o movimento de defesa dos presos bascos Askatasuna (Liberdade), ilegal na Espanha desde 2002.

O movimento juvenil radical Segi também anunciou que se dissolveu em junho passado.

A Espanha, assim como a França, exige o desmantelamento completo de seu arsenal e sua dissolução sem condições.

Por sua vez, o ETA pede regularmente um diálogo com os governos de Espanha e França e aspira negociar o destino dos 700 presos da organização, muitos deles detidos em território francês.

Acompanhe tudo sobre:EspanhaETAEuropaPiigs

Mais de Mundo

Quem é Friedrich Merz, novo chanceler da Alemanha que quer independência dos EUA

Hamas diz que não vai retomar negociação com Israel até que país solte detentos palestinos

Guerra na Ucrânia completa três anos e Zelensky elogia 'heroísmo' da população

Principal alvo das tarifas sobre metais é a China, diz ex-assessora de comércio da Casa Branca