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Espanha vê recessão pior, mas tem tempo para reduzir déficit

A União Europeia aumentou o prazo para o país reduzir o saldo negativo e atingir os limites impostos pelo bloco

"O que fizemos em 2012 nos coloca numa posição de não exigir grandes esforços novos do povo espanhol", disse a vice-premiê espanhola, Soraya Saenz de Santamaria (REUTERS/Sergio Perez)

"O que fizemos em 2012 nos coloca numa posição de não exigir grandes esforços novos do povo espanhol", disse a vice-premiê espanhola, Soraya Saenz de Santamaria (REUTERS/Sergio Perez)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2013 às 17h01.

Madri/Bruxelas- A Espanha piorou a perspectiva de recessão econômica e déficit orçamentário para 2013, mas a União Europeia aumentou o prazo para o país reduzir o saldo negativo e atingir os limites impostos pelo bloco.

O primeiro-ministro Mariano Rajoy, que foi um forte defensor de austeridade no seu primeiro ano no poder, tem tentado desde fevereiro encontrar um meio-termo entre os campos de pró-austeridade e pró-crescimento.

As autoridades começaram nesta sexta-feira a esboçar um plano de reforma para levar a Espanha de volta ao crescimento. Mas os detalhes continuam limitados, com o governo dizendo que não há necessidade de aprovar novas grandes medidas estruturais, aumentos tributários ou cortes de gastos para atingir as novas metas.

A economia deve contrair 1,3 % este ano ante uma recessão de 0,5 % inicialmente esperada, informou o governo. O país voltaria a crescer em 2014.

O déficit público atingirá agora 6,3 % do PIB ante estimativa anterior de 4,5 %. Isso significa que, com um déficit de 7,1 % do PIB em 2012, excluindo os recursos injetados nos bancos do país, o governo terá que encontrar menos de 10 bilhões de euros para compensar a diferença em 2013.

O país também deve receber permissão de usar mais dois anos, até 2016, para trazer o déficit para abaixo do teto da União Europeia de 3 % do PIB.

A Comissão Europeia sinalizou que faria sentido que Madri demorasse mais para reduzir o déficit fiscal, embora nenhuma decisão formal seja tomada até 29 de maio, que necessitará ainda da aprovação ministros das Finanças da zona do euro.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) também comemorou a decisão espanhola de aliviar seus esforços de austeridade, afirmando que o país deve tomar medidas para auxiliar o mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, ajudar a trazer a nação de volta à saúde fiscal.

Autoridades europeias disseram à Reuters nesta semana que a implementação das reformas, não o tamanho do programa, é essencial para obter a bênção da UE para a nova estratégia.


"O que fizemos em 2012 nos coloca numa posição de não exigir grandes esforços novos do povo espanhol", disse a vice-premiê espanhola, Soraya Saenz de Santamaria, em coletiva de imprensa conjunta com o ministro da Economia, Luis de Guindos, e o ministro do Tesouro, Cristóbal Montoro.

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