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'Estamos à beira de um acordo de paz em Gaza', diz secretária das Relações Exteriores do Reino Unido

Em entrevista ao Guardian, Yvette Cooper instou o governo israelense a "mudar de rumo urgentemente"

Agência o Globo
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Publicado em 27 de setembro de 2025 às 19h44.

A comunidade internacional está prestes a garantir um acordo de paz em Gaza que poderia finalmente pôr fim a quase três anos de conflito e a uma crise humanitária que já custou milhares de vidas, afirmou neste sábado a secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Yvette Cooper, em entrevista ao jornal britânico Guardian.

Cooper, que acaba de retornar a Londres da Assembleia Geral da ONU, disse ainda ao jornal que "chegamos a um momento em que o mundo quer acabar com esta guerra", em sintonia com o presidente dos EUA, Donald Trump, que também declarou esta semana que "um acordo de paz está próximo".

"Sinto que há um forte consenso sendo construído, e houve uma energia e determinação reais [na ONU] em torno da paz. Avalio que chegamos a um momento em que o mundo quer acabar com esta guerra", disse Cooper.

Na entrevista ao Guardian, Cooper instou o governo israelense a "mudar urgentemente de rumo" em sua nova ofensiva militar em Gaza. No entanto, em seu discurso na ONU, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que seu país ainda "precisa terminar o trabalho" no enclave.

Para Cooper, “palavras parecem vazias” em relação à situação catastrófica na Faixa de Gaza. Ela afirmou que a prioridade agora deve ser tentar usar o novo impulso ao acordo de paz para acabar de uma vez com os “gritos e a dor” das crianças palestinas.

O "início do processo", diz, é um cessar-fogo definitivo, o restabelecimento da ajuda humanitária no enclave e a libertação de todos os reféns, disse ela.

No entanto, a secretária também reconheceu que o processo é frágil e que ainda há muitos obstáculos pela frente. Na entrevista, Cooper lembra que Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade Palestina, foi o último líder mundial que conheceu imediatamente antes de deixar o cargo de secretária de Relações Exteriores na primeira vez que o ocupou, em 2011, e o primeiro com que ela se encontrou ao retornar ao cargo no início deste mês.

Ela, porém, ainda não se encontrou com Netanyahu, embora estivesse em Nova York durante o discurso do premier na ONU.

'Mudar de rumo'

"Para a segurança dos israelenses, bem como para a segurança dos palestinos e para lidar com esta devastadora crise humanitária, acredito que o governo israelense precisa mudar de rumo urgentemente", afirmou.

Segundo ela, não se pode ignorar a enorme dificuldade da situação, agravada pela duração da crise. Ainda assim, ressaltou que havia na ONU na semana que passou um forte senso de determinação e energia para buscar não apenas um cessar-fogo imediato, mas também um "plano consistente para o futuro".

"A razão para essa sensação de angústia é porque todos são capazes de ver o horror do que acontece. E, além disso, a sensação é de que nada está sendo feito, nada está mudando. Parece que tudo está apenas piorando", afirmou Cooper.

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