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Estamos em guerra comercial com a China, diz Trump

Presidente dos EUA afirma que tarifas são uma ferramenta para a segurança nacional

Trump anunciou que vai impor uma nova tarifa de importação de 100% a produtos chineses

Trump anunciou que vai impor uma nova tarifa de importação de 100% a produtos chineses

Paloma Lazzaro
Paloma Lazzaro

Estagiária de jornalismo

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 18h17.

Última atualização em 15 de outubro de 2025 às 19h05.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira, 15, que o país está em guerra comercial com a China.

Em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, um repórter perguntou se é possível afirmar que os EUA estão em guerra comercial com o gigante asiático. "Bem, estamos em uma [guerra comercial] agora. Veja, temos uma tarifa de 100%. Se não tivéssemos tarifas, seríamos considerados um nada. Não teríamos defesa", afirmou Trump.

"Sabe, eles usaram tarifas contra nós, mas nunca tivemos ninguém sentado naquela cadeira que sentisse a necessidade de fazê-lo", explicou o presidente. "E eles nos permitiram ter uma dívida de 37 trilhões de dólares, etc., etc. Tarifas são uma ferramenta muito importante para a nossa defesa e para a nossa segurança nacional. Se não tivermos tarifas, não teremos segurança nacional."

Desde o início deste ano, os dois países têm feito tréguas de 90 dias nas tarifas de importação, com o próximo prazo se aproximando em novembro. Agora, o foco do governo Trump é interromper o plano chinês de adotar novos controles de exportação de elementos de terras-raras.

Tom do governo americano varia

Na última sexta-feira, 10, Trump anunciou que vai impor uma nova tarifa de importação de 100% a produtos chineses, que se somará a outras taxas já existentes.

"A partir de 1º de novembro de 2025 (ou antes, dependendo de quaisquer ações ou mudanças adicionais tomadas pela China), os Estados Unidos da América irão impor uma tarifa de 100% sobre a China, além de qualquer tarifa que eles estejam pagando atualmente. Também em 1º de novembro vamos impor controles de exportação sobre qualquer e todo software crítico", disse Trump em postagem na rede social Truth Social.

Desde então, o tom do governo dos EUA varia.

Nesta segunda-feira, 13, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que ainda espera que os presidentes Donald Trump e Xi Jinping se encontrem.

"Houve uma desescalada significativa da situação. A tarifa de 100% não precisa acontecer. O relacionamento, apesar desse anúncio na semana passada, é bom. As linhas de comunicação foram reabertas, então vamos ver aonde isso vai dar", afirmou.

Na quarta-feira, 15, Bessent disse que está otimista em relação à China, mas não descartou a possibilidade do governo americano usar "muitas medidas" contra Pequim, se for necessário.

A declaração de Trump, no entanto, pode indicar um cenário mais tenso do que o sugerido no início da semana.

Guerra intermitente

No começo do ano, ao voltar à Casa Branca, Trump retomou a guerra comercial com a China que travou em seu primeiro mandato.

O confronto escalou rapidamente, e o aumento de tarifas chegou a atingir 145%.

Após semanas de negociações, as taxas americanas haviam sido reduzidas para 30%. Com o anúncio da última sexta-feira, no entanto, a China passaria agora a ter uma taxa mínima de 130%, embora o percentual possa ser maior, dependendo do tipo de produto.

A China é o segundo maior cliente dos EUA, atrás apenas do México. De janeiro a julho deste ano, os EUA compraram US$ 193 bilhões em produtos chineses e venderam US$ 65,3 bilhões ao país asiático, o que resultou em déficit comercial de US$ 128 bilhões. Trump diz que esse déficit prejudica a economia dos EUA.

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