Imposto sobre milkshake: a nova aposta de saúde do Reino Unido (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 8 de maio de 2025 às 11h51.
Última atualização em 8 de maio de 2025 às 12h06.
O governo do Reino Unido está considerando expandir seu imposto sobre o açúcar, atualmente aplicado a refrigerantes, para incluir também milkshakes e outras bebidas adoçadas. A medida, anunciada em abril, visa combater a obesidade, que atinge atualmente 29% dos adultos e 15% das crianças de 2 a 15 anos no país.
O imposto sobre o açúcar foi implementado em 2018 com a intenção de reduzir o consumo de açúcar, uma das principais causas da obesidade.
Ele estabelece taxas diferentes dependendo do teor de açúcar nas bebidas. Por exemplo, refrigerantes com até 8 gramas de açúcar por 100 ml têm uma taxa de 0,18 euro por litro, enquanto os que ultrapassam esse limite pagam 0,24 euro por litro.
A proposta atual é reduzir o limite de açúcar acionador do imposto de 5 g para 4 g por 100 ml e estender a tributação para milkshakes e bebidas à base de plantas, como leite de aveia e arroz.Especialistas defendem a expansão do imposto sobre o açúcar como uma medida essencial para combater a obesidade e suas consequências.
Apesar de dados positivos observados após a implementação do imposto sobre o açúcar em 2018, o governo enfrenta resistência para a ampliação das taxas, propostas pela chanceler britânica do tesouro Rachel Reeves.
Uma pesquisa realizada pelo jornal britânico The Independent revelou que muitos cidadãos se opõem à ideia de novos impostos e temem um aumento no controle do estado sobre as escolhas individuais.
Para críticos, a expansão do imposto sobre o açúcar é vista como uma “burocracia fiscal” que poderia agravar ainda mais a crise do custo de vida, sem uma mudança real na saúde pública.
Embora o imposto sobre o açúcar tenha gerado uma arrecadação de 1,9 bilhão de euros desde sua introdução, a obesidade continua sendo um problema de saúde pública grave. Os dados mostram que, apesar da redução no consumo de açúcar em bebidas, as taxas de obesidade não diminuíram significativamente.
A transição para bebidas reformuladas também levanta questões sobre o uso de adoçantes e outros aditivos, que podem ter efeitos adversos à saúde.