Agência de Notícias
Publicado em 4 de junho de 2025 às 14h27.
Última atualização em 4 de junho de 2025 às 14h28.
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse nesta quarta-feira, 4, que o governo do presidente do país, Donald Trump, estuda a possibilidade de impor tarifas sobre peças de aeronaves fabricadas fora do país, o que seria uma nova escalada na guerra comercial.
“Esperamos que, provavelmente no final do mês, tenhamos uma análise e estabeleçamos o padrão para as tarifas sobre peças de aeronaves. Vamos discutir isso com o presidente (Trump), estudar a análise e considerar o que fazer”, declarou Lutnick durante uma audiência no Senado.
O secretário reiterou, em sintonia com a mensagem de Trump, que o “segredo” da guerra tarifária é “proteger a indústria” e garantir que os parceiros comerciais dos EUA tratem o país “de maneira justa”.
“Usaremos essas ferramentas para melhorar a indústria americana”, afirmou Lutnick, considerado um dos principais arquitetos da atual política comercial americana.
O Departamento de Comércio abriu em maio uma investigação que poderia estabelecer as bases para a imposição de tarifas sobre aeronaves comerciais, motores a jato e componentes de aviação, de acordo com a Bloomberg.
O estudo busca determinar se as importações desses produtos representam uma ameaça à segurança nacional dos EUA, de acordo com a Seção 232 da Lei de Expansão Comercial, a mesma regra que Trump usou para aplicar novas taxas sobre as importações de automóveis e suas peças.
Washington duplicou a partir desta quarta-feira a tarifa sobre as importações de aço e alumínio de 25% para 50%, embora tenha isentado o Reino Unido desse aumento, em virtude do acordo comercial firmado com Londres em maio.
Este foi o primeiro acordo que os EUA conseguiram com um de seus parceiros após a imposição de tarifas em 2 de abril, o chamado “dia da libertação”. No dia 9 do mesmo mês, o presidente americano anunciou uma trégua tarifária de 90 dias para negociar acordos bilaterais nesse período.
Trump também chegou a um acordo temporário com a China, que reduziu as tarifas sobre o país de 145% para 30% e deu margem para negociações bilaterais.
Recentemente, Trump acusou a China de violar as condições do acordo, algo que o governo do país negou, gerando incerteza sobre o processo.
Além da tarifa de 50% sobre o aço, o alumínio e derivados, os EUA mantêm em vigor um imposto de 25% sobre automóveis e determinadas peças de carros importados, além de uma tarifa básica de 10% aplicável a todos os seus parceiros comerciais.