Agência de notícias
Publicado em 15 de maio de 2025 às 19h44.
Os Estados Unidos se oporão “vigorosamente” aos projetos chineses da Iniciativa Cinturão e Rota na América Latina, alertou o Departamento de Estado nesta quinta-feira, depois que a Colômbia aderiu ao programa trilionário de investimentos capitaneado por Pequim.
Dois terços dos países latino-americanos já participam do projeto, que é fundamental para a estratégia do presidente Xi Jinping de expandir a influência econômica e política da China no mundo.
“Os Estados Unidos se oporão fortemente aos desembolsos recentes e futuros do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] e de outras instituições financeiras internacionais para empresas estatais e controladas pelo governo chinês na Colômbia”, disse o escritório do Departamento de Estado para as Américas na rede X.
O poder de voto no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) é proporcional aos fundos contribuídos por cada país, e os Estados Unidos são o maior contribuinte. Washington ameaça fazer o mesmo “em outros países da região onde a Iniciativa Cinturão e Rota tem projetos”.
Em uma cúpula com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em Pequim esta semana, Xi se ofereceu como um parceiro confiável em tempos de “confronto” e “protecionismo”, e prometeu US$ 9,2 bilhões (mais de R$ 52 bilhões) em empréstimos para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe. A região tem sido um alvo importante para Pequim, que já é o principal parceiro comercial de países como o Brasil, o Peru e o Chile.
Durante a cúpula, o presidente esquerdista da Colômbia, Gustavo Petro, aderiu ao Cinturão e Rota, o que previsivelmente irritou os Estados Unidos, o principal parceiro comercial e aliado estratégico de Bogotá. No X, Petro disse que essa iniciativa, mais conhecida como Nova Rota da Seda, “muda a história de nossas relações exteriores”.
Mas Washington não pretende ficar de braços cruzados. O governo do presidente Donald Trump, assim como o anterior do ex-presidente democrata Joe Biden, considera a China seu principal rival geopolítico e está preocupado com seu crescente desenvolvimento militar, econômico e tecnológico.
“Esses projetos colocam em risco a segurança da região”, acrescentou o Departamento de Estado. “Os dólares do contribuinte americano NÃO DEVEM ser usados de forma alguma por organizações internacionais para subsidiar empresas chinesas em nosso hemisfério."