Vazamento de dados confidenciais: autoridades da inteligência dos EUA respondem sobre segurança em plataformas criptografadas (Florian Gaertner/Phototek/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 25 de março de 2025 às 14h54.
Última atualização em 25 de março de 2025 às 15h39.
Funcionários da Inteligência dos Estados Unidos negaram nesta terça-feira, em uma acalorada audiência no Senado, que dados confidenciais tenham sido compartilhados em um grupo de bate-papo da plataforma Signal, à qual um jornalista teve acesso e na qual foi coordenado um ataque militar ao Iêmen.
O vice-presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos EUA, o senador democrata Mark Warner, chamou o episódio de um exemplo de “comportamento negligente, descuidado e imprudente” que colocou vidas americanas em risco, e perguntou diretamente à diretora da Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, se ela participou do chat.
Gabbard respondeu que “não entrará em detalhes” porque o que aconteceu “está sendo analisado”, e insistiu que nada do que foi compartilhado no bate-papo, ao qual o editor-chefe da revista "The Atlantic", Jeffrey Goldberg, teve acesso, era informação protegida, enfatizando a diferença entre vazamentos maliciosos e acidentais.
O diretor da CIA, John Radcliffe, admitiu, quando perguntado por Warner, que participou do bate-papo sob o acrônimo “JR”.
“Minhas trocas de mensagens no Signal foram totalmente permitidas e legais, e nada confidencial foi compartilhado”, afirmou Radcliffe, ao que Warner pediu a ele e a Gabbard, que também teria participado da troca de mensagens, que compartilhassem tudo o que foi dito, pois, segundo eles, não havia informações confidenciais.
O artigo publicado na segunda-feira por Goldberg detalha passo a passo - sem revelar informações que ele considera confidenciais ou que possam afetar o trabalho de espionagem e inteligência - os quatro dias em que ele conseguiu ler a discussão entre as principais autoridades do governo sobre um ataque que, segundo os rebeldes houthis do Iêmen, matou 53 pessoas e feriu 98.
Goldberg entrou em um bate-papo no aplicativo de mensagens criptografadas Signal em 11 de março, a convite de uma conta com o nome do assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, em um grupo de 18 pessoas que aparentemente incluía figuras importantes como o vice-presidente, JD Vance; o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o secretário de Estado, Marco Rubio, Gabbard e Radcliffe.