Repórter
Publicado em 19 de agosto de 2025 às 12h12.
Última atualização em 19 de agosto de 2025 às 13h29.
Os Estados Unidos revogaram mais de 6 mil vistos de estudantes em 2025 por uma série de motivos, como ultrapassagem de prazo e violação das leis e "apoio ao terrorismo", informou um oficial do Departamento de Estado americano na segunda-feira, 18. A revogação faz parte das medidas mais rigorosas do governo do presidente Donald Trump sobre imigração.
Segundo a Fox Digital, o Departamento de Estado recebeu direções neste ano para que diplomatas dos EUA no exterior ficassem atentos a qualquer candidato que Washington pudesse ver como hostil aos Estados Unidos e com histórico de ativismo político.
Do total, 4 mil pessoas foram acusadas de quebrarem a lei, a grande maioria por agressão, com menções de outros crimes, como dirigir sob influência de álcool e drogas e furtos, segundo o oficial.
De 200 a 300 vistos foram revogados por terrorismo, afirmou o oficial, citando uma regra sobre inelegibilidade de vistos no Manual de Relações Exteriores do Departamento de Estado. A regra identifica os motivos de inelegibilidade geralmente como "envolvimento em atividades terroristas" e "ter certos vínculos com organizações terroristas". Os grupos apoiados pelas pessoas não foram divulgados.
As universidades dos EUA já alertaram que as matrículas de estudantes internacionais pela primeira vez devem cair cerca de 30% neste semestre, o que pode resultar em uma perda de até US$ 2,6 bilhões em receitas de matrícula, segundo a Bloomberg.
As consequências da queda no número de estudantes estrangeiros deve ser sentida principalmente em estados como Califórnia e Nova York, que podem perder mais de US$ 1 bilhão em receitas anuais com a redução no número de matrículas de estudantes estrangeiros, segundo a Associação de Educadores Internacionais (NAFSA, na sigla em inglês).
Outras regiões como Texas, Massachusetts, Illinois, Flórida, Michigan, Ohio e Pensilvânia também devem ver perdas superiores a US$ 200 milhões.
As universidades dos EUA, especialmente as públicas, têm se tornado cada vez mais dependentes dos estudantes internacionais para financiar o ensino superior, segundo a NAFSA. Estudantes estrangeiros pagam taxas de matrícula mais altas, o que ajuda a subsidiar os custos de educação dos alunos domésticos.
Se a queda continuar, muitas universidades terão que ajustar suas estratégias financeiras, o que pode resultar em aumento nas taxas para alunos locais ou até mesmo cortes em programas acadêmicos e contratações de pessoal, aponta a associação.
A Universidade Estadual do Arizona (ASU, na sigla em inglês), por exemplo, já mencionou que os atrasos no processamento de vistos causaram mais disrupção do que a pandemia da covid-19. E instituições com grandes populações de estudantes asiáticos, como a Universidade do Sul da Califórnia (USC), que já enfrenta um déficit de US$ 200 milhões, devem ser ainda mais impactadas pela queda.
Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, afirmou que os vistos de "centenas, talvez milhares, de pessoas, incluindo estudantes" tiveram seus vistos cancelados porque se envolveram em atividades que, segundo ele, iam contra as prioridades da política externa dos EUA.