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EUA suspende por um ano restrições a exportações de empresas da China

Decisão foi anunciada pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, após Trump declarar redução nas tarifas contra Pequim

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 16h55.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, anunciou nesta quinta-feira, 30, que o governo americano decidiu adiar por um ano a implementação de restrições à exportação de empresas chinesas para os Estados Unidos.

A decisão foi tomada após um acordo com Pequim, que também concordou em adiar suas restrições sobre terras raras. O entendimento foi alcançado após a cúpula entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping.

“Vamos suspender por um ano em troca da suspensão do regime de licenças de terras raras”, afirmou Bessent em entrevista concedida à emissora norte-americana Fox Business.

Em 29 de setembro, o presidente americano Donald Trump anunciou a ampliação da lista de restrições, incluindo agora subsidiárias de empresas controladas majoritariamente por chineses (com 51% ou mais das ações), caso a empresa-mãe já tenha sido sancionada. Na entrevista, Bessent também foi questionado sobre a chamada “lista de entidades” que a Casa Branca utiliza para limitar o acesso de empresas a bens estratégicos, como semicondutores avançados.

“É muito interessante ver o que era mais importante para a China e o que estamos dando a eles em resposta. E, obviamente, a lista de entidades com restrições à exportação era muito importante para eles”, respondeu Bessent.

Suspensão de taxas punitivas

Bessent também afirmou que, por enquanto, foram suspensas algumas das restrições e tarifas punitivas que resultaram de uma investigação americana sobre práticas de concorrência desleal por parte de empresas de logística chinesas.

Essas medidas incluíam, por exemplo, taxas nos portos dos Estados Unidos para navios de propriedade, operação ou construção chinesa. Além disso, havia propostas para o governo Trump estudar a aplicação de tarifas adicionais sobre contêineres marítimos ou guindastes de pórtico fabricados na China.

Como resultado da cúpula entre Xi Jinping e Donald Trump em Busan, na Coreia do Sul, as duas maiores potências econômicas do mundo anunciaram vários acordos que indicam uma desaceleração na guerra comercial, incluindo a redução de tarifas, suspensão de restrições às exportações e uma aproximação em questões como o conflito na Ucrânia.

Redução de tarifas dos EUA

Em uma publicação na rede social Truth Social, Donald Trump anunciou nesta quinta-feira que vai reduzir as tarifas contra a China após uma reunião com o presidente Xi Jinping.

Segundo o presidente dos Estados Unidos, a taxa imposta sobre produtos relacionados ao tráfico de fentanil será reduzida de 20% para 10%, como parte do compromisso chinês de aumentar o controle sobre os precursores químicos usados na produção do opioide sintético. Com isso, a tarifa total aplicada sobre produtos chineses recuará de 57% para 47%.

O encontro, o primeiro entre os dois líderes desde 2019, resultou em uma série de acordos bilaterais que envolvem desde comércio agrícola até a suspensão de medidas estratégicas envolvendo minerais raros.

"Tive uma reunião realmente excelente com o presidente Xi da China. Há um enorme respeito entre nossos dois países e isso só será ampliado após o que acaba de acontecer", escreveu Trump na rede social Truth Social.

Testes nucleares

Pouco antes da reunião bilateral, Trump ordenou a retomada imediata dos testes nucleares dos Estados Unidos, suspensos há 33 anos, citando a necessidade de equilibrar o avanço dos arsenais da China e da Rússia.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da China declarou esperar que Washington respeite a moratória internacional vigente sobre testes atômicos.

Quando serão os próximos encontros entre Trump e Xi?

O presidente norte-americano informou que um novo encontro com Xi Jinping está previsto para abril de 2026, na China. Em seguida, Xi deve visitar os Estados Unidos, dando continuidade ao processo de reaproximação diplomática.

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