Donald Trump: presidente dos EUA prometeu restringir as políticas de imigração no país desde as eleições de 2024
Repórter
Publicado em 19 de agosto de 2025 às 17h11.
Última atualização em 19 de agosto de 2025 às 18h01.
O Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) passará a levar em consideração o "antiamericanismo" dos candidatos ao avaliar pedidos de "green card" e outros benefícios para imigrantes, anunciou a Casa Branca nesta terça-feira, 19.
A medida foi divulgada por meio da rede social X e afirma que o USCIS "atualizou as orientações sobre os critérios que os agentes utilizam em determinadas solicitações de benefícios" e "ampliou os tipos de solicitações que serão analisadas nas redes sociais".
A nova regra vale para alguns benefícios dados a imigrantes, como a permissão de residência ("green card"), a mudança de status e a extensão do período de permanência. O comunicado não cita a emissão de vistos para viagens temporárias (não imigrantes), como de turismo e trabalho, e se concentra em casos de longa permanência, de pessoas que querem residir de forma permanente nos EUA.
NEW: @USCIS to Consider Anti-Americanism in Immigrant Benefit Requests pic.twitter.com/SU7WacnS6U
— Rapid Response 47 (@RapidResponse47) August 19, 2025
“Os benefícios oferecidos pelos Estados Unidos não devem ser concedidos àqueles que desprezam o país e promovem ideologias antiamericanas. Os benefícios de imigração — como viver e trabalhar nos EUA — são um privilégio, não um direito”, declarou o porta-voz do USCIS, Matthew Tragesser, no comunicado.
De acordo com o comunicado publicado no site oficial do USCIS, a concessão de benefícios será recusada a estrangeiros que "tenham endossado, promovido, apoiado ou de qualquer forma defendido as ideias de uma organização ou grupo terrorista, incluindo aqueles que apoiam ou promovem ideologias ou atividades antiamericanas, terrorismo antissemita e organizações terroristas antissemitas, ou que defendam ideologias antissemitas".
A posição do governo reforça as promessas de Donald Trump de endurecer as políticas de imigração no país. A ordem executiva assinada pelo presidente americano para limitar a cidadania pelo direito de nascença, por exemplo, foi feita no seu primeiro dia de mandato, em 20 de janeiro.
Por outro lado, na última semana, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou um vídeo em sua conta no X alertando as mulheres grávidas de que "não é permitido" viajar ao país com o único objetivo de dar à luz e garantir a cidadania americana para seus filhos.
Viajar para os EUA com o principal objetivo de dar à luz para que seu filho obtenha cidadania americana não é permitido. Oficiais consulares vão negar o seu pedido de visto caso haja indícios de que essa é a sua intenção. pic.twitter.com/ONeIHkvm2s
— Embaixada EUA Brasil (@EmbaixadaEUA) August 14, 2025
Em junho deste ano, a Suprema Corte dos EUA emitiu uma decisão que possibilitou a transformação em lei de uma proposta de Donald Trump, com o objetivo de proibir a cidadania americana a filhos de turistas nascidos no país.
A cidadania por nascimento garante automaticamente a nacionalidade americana a qualquer pessoa nascida nos Estados Unidos, incluindo crianças cujas mães estavam no país de forma ilegal. Esse direito foi consagrado pela 14ª Emenda da Constituição, logo após a Guerra Civil.
Os Estados Unidos são um dos cerca de 30 países onde o jus soli, ou "direito de solo", é aplicado, ou seja, a cidadania é dada com base no local de nascimento. A maioria desses países está nas Américas, com o Canadá e o México sendo alguns dos exemplos mais notáveis.