Mundo

Ex-membro da CIA é condenado por vazar nome de agente

John Kiriakou divulgou à mídia o nome de um agente que participava do programa de interrogatórios de pressão em prisões


	Justiça: a pena de 30 meses de prisão recebida por Kiriakou foi considerada muito leve pela juíza que pronunciou o veredicto
 (Getty Images)

Justiça: a pena de 30 meses de prisão recebida por Kiriakou foi considerada muito leve pela juíza que pronunciou o veredicto (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2013 às 18h40.

Um ex-agente da CIA foi condenado nesta sexta-feira a 30 meses de prisão e a três anos de liberdade condicional por vazar o nome de um agente secreto envolvido no programa de interrogatórios utilizados nas prisões da agência americana de inteligência.

John Kiriakou, de 47 anos, funcionário da CIA entre 1990 e 2004, já havia se declarado culpado em outubro do ano passado diante do tribunal federal de Alexandria (Virgínia), para evitar um julgamento.

A juíza federal Leonie Brinkema foi muito severa ao pronunciar o veredicto: "30 meses de prisão é uma pena muito leve", afirmou referindo-se a Kiriakou como alguém que "traiu uma sólida confiança".

Kiriakou reconheceu ter divulgado à imprensa o nome de um agente envolvido no programa de interrogatórios de pressão, utilizado nas prisões secretas da CIA onde se encontravam detidos que seriam membros da rede islâmica Al-Qaeda.

Brinkema ressaltou que, se não tivesse recebido a recomendação feita pela promotoria sobre a sentença, teria condenado o ex-agente a uma pena ainda mais dura.

O advogado de defesa, Robert Trout, alegou que Kiriakou se sentiu "preocupado com certas práticas utilizadas contra os terroristas", e que não tinha a intenção de causar dano aos Estados Unidos ou à nenhuma pessoa.


"Ele divulgou nomes com a esperança de que fossem contatados e que também decidissem voluntariamente falar dessas práticas. Ingenuamente, não pensou que a situação sairia de controle", justificou.

John Kiriakou virou manchete em 2007 após confirmar pela primeira vez, em uma entrevista à rede ABC, que utilizou a técnica do "submarino" para interrogar a Abu Zubaydah, detido por pertencer à rede Al-Qaeda.

Esta técnica de interrogatório, uma espécie de simulação de afogamento, é considerada uma forma de tortura.

"Esta manhã, fui condenado a 30 meses de prisão por um crime de que me declarei culpado", disse Kiriakou ao sair da sede judicial. "Quero dizer que saio da corte com um espírito positivo, confiante e otimista", declarou.

Acompanhe tudo sobre:Países ricosEstados Unidos (EUA)JustiçaCIA

Mais de Mundo

França manda prender mulher por roubo de ouro do Museu de História Natural de Paris

Rússia diz que ainda não há data para encontro entre Putin e Trump

Acordo de US$ 20 bilhões entre Argentina e EUA não freia corrida por dólares antes das eleições

Sarkozy é o primeiro ex-presidente da França preso desde a 2ª Guerra Mundial