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Ex-diretor americano diz que El Chapo financiou Peña Nieto

Ex-diretor da Agência Americana Antidrogas afirmou que líder de cartel Joaquín El Chapo Guzmán financiou a campanha eleitoral do atual presidente do México


	Enrique Peña Nieto: "El Chapo colocou muito dinheiro na campanha de Peña Nieto", disse ex-diretor da Agência Americana Antidrogas
 (Chip Somodevilla/Getty Images)

Enrique Peña Nieto: "El Chapo colocou muito dinheiro na campanha de Peña Nieto", disse ex-diretor da Agência Americana Antidrogas (Chip Somodevilla/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 10h22.

Washington - O ex-diretor da Agência Americana Antidrogas (DEA, sigla em inglês) Phil Jordan afirmou nesta segunda-feira que o líder do Cartel de Sinaloa, Joaquín "El Chapo" Guzmán, preso no último sábado, financiou a campanha eleitoral do atual presidente do México, Enrique Peña Nieto.

Jordan fez essas declarações em entrevista ao canal "Univisión", afirmações das quais tomaram distância imediatamente tanto o Departamento de Estado dos EUA como a DEA.

"Nunca pensei que com o PRI (o Partido Revolucionário Institucional, que governa o México) iam prendê-lo, porque "El Chapo" colocou muito dinheiro na campanha de Peña Nieto, fiquei surpreso quando soube que o prenderam", disse Jordan ao canal de televisão.

Acrescentou que "alguma coisa aconteceu entre o PRI e "El Chapo", não posso dizer o que. Ele pagou milhões de dólares para que não o pegassem e milhões de dólares para que o deixassem fugir da última vez. Tem todo o dinheiro do mundo. Portanto é uma vitória para o México que Nieto permitisse a sua prisão".

Após conhecer essas declarações, tanto o Departamento de Estado como a DEA emitiram comunicados quase idênticos nos quais deixaram claro que "a opinião de Jordan e de qualquer outro ex-agente federal não representa a opinião do governo dos Estados Unidos".

"A prisão de Joaquín "El Chapo" Guzmán foi um triunfo importante para o México e um grande passo em nossa luta comum contra o crime organizado, a violência e o tráfico de drogas", agregaram.


A Embaixada dos Estados Unidos no México também rejeitou hoje as declarações de Phil Jordan.

"As declarações do oficial aposentado da DEA, Phil Jordan, não refletem a postura do governo dos Estados Unidos", declarou a sede diplomática em comunicado.

Acrescentou que a prisão de Guzmán "foi uma importante conquista para o México e um grande passo em nossa luta compartilhada contra do crime organizado transnacional, da violência e do tráfico de drogas", e felicitou "ao povo do México e a seu governo pela captura do suposto líder do Cartel de Sinaloa".

"Estados Unidos e México têm um forte associação em temas de segurança e continuamos apoiando o México em seus esforços para melhorar a segurança de seus cidadãos, e continuaremos trabalhando juntos para fazer frente às ameaças que representam as organizações do crime transnacional", disse o comunicado.

"El Chapo" Guzmán, nascido em 1957, começou sua carreira criminal nos anos 1980 como braço direito de Miguel Ángel Félix-Gallardo, chefe do cartel de Guadalajara, cuja prisão em 1989 o levou a fundar sua própria organização em Sinaloa, seu estado natal.

Em junho de 1991 foi detido na capital mexicana, mas conseguiu escapar após subornar com US$ 100 mil o então chefe de polícia local, para ser capturado outra vez em 1993, na Guatemala, país que o entregou ao México.

No dia 19 de janeiro de 2001, "El Chapo" fugiu da prisão de Puente Grande, no estado de Jalisco, a bordo de um caminhão de limpeza graças à ajuda de alguns funcionários da penitenciária. Desde então, era o criminoso mais procurado tanto pelo México como pelos Estados Unidos.

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