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Fernández busca presidência em eleição marcada por crise na Argentina

Mauricio Macri é o favorito dos mercados, mas especialistas não veem uma recuperação da vantagem de 20 pontos percentuais de seu oponente

Fernández, da mesma chapa de Cristina Kirchner, é favorito a tirar Mauricio Macri da presidência (Agustin Marcarian/Reuters)

Fernández, da mesma chapa de Cristina Kirchner, é favorito a tirar Mauricio Macri da presidência (Agustin Marcarian/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de outubro de 2019 às 17h22.

Buenos Aires - Eleitores argentinos foram às urnas neste domingo para votar em uma eleição presidencial que tem o candidato peronista de centro-esquerda, Alberto Fernández como favorito a tirar a presidência do liberal Mauricio Macri, que foi abalado pela severa crise econômica sofrida pelo país.

Uma vitória de Fernández, um político negociador cuja candidatura foi impulsionada pela ex-presidente e companheira de chapa Cristina Kirchner, gera preocupação no mercado financeiro, que teme que isso leve a uma maior intervenção estatal na economia.

Macri é o favorito dos mercados, mas os especialistas consideram muito difícil que ele consiga recuperar a vantagem de 20 pontos percentuais que Fernández registrou nas primárias de agosto, que funcionam como uma espécie de pesquisa de intenção de voto oficial.

Se o resultado das primárias se repetir neste domingo, o líder oposicionista vencerá já em primeiro turno.

"Acredito que vai haver mais participação do que nunca, ao menos do que em várias décadas", disse o presidente Macri a jornalistas logo depois de votar. Ele acrescentou que "é preciso se expressar através do voto com clareza, de que é aquilo que você sente".

Apesar de os investidores já considerarem a vitória do peronismo, o triunfo da oposição pode impactar os mercados na segunda-feira, 28, e provocar uma nova queda no já combalido peso argentino, que em agosto caiu muito após o resultado das primárias.

Fernández, que foi chefe de gabinete em parte dos governos do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) e de Cristina Kirchner (2007-2015), sua candidata a vice, é um peronista moderado, que conseguiu unir seu partido numa coalizão chamada Frente de Todos.

"Estamos numa enorme crise e temos que trabalhar juntos por um país melhor", disse Fernández depois de votar.

A forte alta na inflação, no desemprego e na pobreza são os pontos fracos de Macri e de sua aliança de centro-direita, a Juntos pela Mudança, que no entanto mantém o apoio de um grupo de eleitores que veem nele uma melhora na transparência e nas iniciativas públicas.

As urnas ficarão abertas até as 18 horas no horário local e a expectativa é que os primeiros resultados da contagem preliminar sejam divulgados três horas depois. Além de presidente, os argentinos devem eleger deputados, senadores, governadores e dirigentes locais.

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