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França alerta que responderá 'com extrema firmeza' possíveis represálias de Israel

Declaração do ministro das Relações Exteriores ocorre antes do discurso de Macron na ONU, que deve reconhecer o Estado palestino

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 22 de setembro de 2025 às 07h58.

O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot, advertiu Israel nesta segunda-feira que, se o país retaliar o reconhecimento do Estado palestino, com o fechamento de sua embaixada, por exemplo, a França responderá "com extrema firmeza".

Questionado em entrevista ao canal TF1 sobre a possibilidade que circula há alguns dias, Barrot ressaltou que "em nenhum caso isso é do interesse de Israel. Se forem tomadas medidas desse tipo, responderemos com extrema firmeza. Espero que não cheguemos a isso", insistindo que a iniciativa de reconhecer o Estado palestino "contribui para a segurança de Israel".

Condições para o reconhecimento

"Sua aplicação será progressiva e condicionada a elementos no terreno, incluindo a libertação dos reféns", pontuou o chefe da diplomacia francesa.

Outra das condições estabelecidas pela França é que a Autoridade Nacional Palestina (ANP), como se comprometeu, realize uma profunda reforma de sua governança, e que haja um desarmamento do Hamas, que teria que deixar de controlar a Faixa de Gaza, com ajuda esperada de países árabes aliados.

Barrot afirmou que "nossa análise, nossa profunda convicção é que o Estado da Palestina significa o fim do Hamas e a segurança para Israel".

Posicionamento sobre Gaza

O ministro justificou ainda o fato de não querer usar o termo genocídio para se referir à ofensiva militar israelense em Gaza, argumentando que essa questão deve ser determinada por "jurisdições internacionais, a Corte Internacional de Justiça, o Tribunal Penal Internacional (TPI)".

No entanto, destacou que o relatório da ONU, no qual o termo genocídio é usado, evidencia a gravidade da situação e é um apelo para que "cesse", porque "Gaza se tornou um lugar de morte".

Próximos passos e simbologia

O reconhecimento do Estado palestino pela França será concretizado com um discurso do presidente francês, Emmanuel Macron, esta tarde em Nova York, por ocasião da abertura da Assembleia Geral da ONU.

Na véspera do discurso, a bandeira palestina e a israelense foram projetadas na Torre Eiffel, unidas por uma pomba que carregava um ramo de oliveira no bico, símbolo da paz.

A projeção acontece em meio à polêmica pela iniciativa do Partido Socialista, que pediu aos municípios que hasteiem a bandeira palestina simbolicamente nesta segunda-feira.

O ministro do Interior, Bruno Retailleau, respondeu com uma diretiva para pedir que a Justiça atue contra os municípios que o façam, alegando que isso constitui um ato contrário à neutralidade.

 

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